Todos os dias, às 7h da manhã o trabalho começa. Eles não recebem nada para isso, mas estão lá para tentar salvar o Pantanal mato-grossense do fogo. São os cerca de 200 brigadistas voluntários que garantem que algo pior não ocorra.
A reunião acontece no espaço do café da manhã. No centro da discussão, a tela de uma televisão com as imagens de satélite que indicam as áreas com focos de queimadas. É a hora de planejar as ações do dia.
Nos últimos 40 dias de incêndios florestais já foram 560 mil hectares de vegetação nativa destruídos.
Os brigadistas são guias de turismo e membros de organizações não governamentais, como o Instituto Homem Pantaneiro, Pantheras, Aecopan (Associação Civil de Ecoturismo do Pantanal Norte) e também funcionários das pousadas da região.
Ao lado deles, lutam mais 110 agentes públicos.
A alimentação e hospedagem fica por conta de donos de pousadas como Ailton Lara, do Jaguard Camp.
O combustível necessário à locomoção e até os equipamentos de proteção individual, na maior parte das vezes, ficam por conta dos próprios voluntários.
Eles enfrentam temperaturas altas – além do fogo, o clima não ajuda – e só sabem a hora que o trabalho começa. A conclusão do dia depende do comportamento do fogo. E alguns ainda têm que passar a noite vigiando, para o caso de chamas voltarem.
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Descansam pouco, se revezam em equipes para garantir um trabalho diuturno e contam com a tranquilidade de ter ajudado a manter a vida em um dos biomas mais importantes do país.
No dia seguinte, nova reunião pela manhã para planejar as ações. Definidas, é hora de partir para a luta. Mais um dia.
(Justina Fiori, especial para O LIVRE)