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Dono da Havan ironiza protesto em vídeo “Vão trabalhar desocupados”

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Dono da Havan ironiza protesto em vídeo “Vão trabalhar desocupados”
Hang Havan

O empresário Luciano Hang, proprietário da rede de lojas Havan, usou a sua conta no Facebook para criticar duramente um realizado na manhã desta segunda-feira (19), em frente a uma de sua rede de lojas, em Chapecó.

De acordo com Hang os manifestantes que trancaram as portas da sua loja com corrente e cadeado e impediam a entrada até mesmo de funcionários, seria um ato de malandros, vagabundos e desocupados.

“Eu amo a segunda-feira, porque é dia de trabalhar, mas parece que estes desocupados não sabem o que é isso. vocês que ficaram 14 anos no poder, ainda não arranjaram emprego? ainda não arranjaram uma casa? terra? Vão trabalhar malandragem”, repetia em tom de deboche.

De acordo com informações do site Clic RDC de Chapecó, o ato reuniu cerca de 200 pessoas, entre professores, estudantes e membros de movimentos sociais, que se concentraram em frente à loja.

A Polícia Militar foi chamada e liberou a entrada. Com faixas, cartazes e bandeiras, os militantes protestaram contra a Reforma da Previdência.

YouTube video

O vídeo fica ainda mais bizarro quando em determinado momento o empresário chama os manifestantes de ‘piquete de pessoas, sem fazer nada e malandros’ e oferece a eles pão com mortadela ou carteiras de trabalho.

Luciano foi mais além e questionou o número de pessoas presentes no ato. “Eu nem sei o que fazem esse pessoal, em plena a segunda feira, quando deveriam estar trabalhando, estão na frente da loja dos outros”, disse o empresário. “Sempre tenho falado: quanto mais eu falo a verdade, mais a Havan cresce. Não adianta esse pessoal ficar doido comigo, de eu estar falando a verdade. O que me importa é o povo do nosso lado e o povo hoje quer disciplina, quer ordem, quer progresso quer trabalho”, falou Hang.

O proprietário da loja ainda fez um convide aos manifestantes. “O trabalho dignifica. O trabalho traz dignidade, cidadania. Vão trabalhar malandragem. Então, veja bem, vem aqui pra Brusque/SC, pão e mortadela para aqueles que se comportarem, de altíssima qualidade, pão fresquinho, na hora. Vem pra Brusque. Vem para a matriz, aí vocês vão ver. Pau no lombo de vocês, spray de pimenta, pra essa malandragem. Aliás, a justiça tem que cuidar disso, política haja com justiça. Justiça de poder pra polícia, porque se não o Brasil vai virar o Rio de Janeiro e nós não queremos isso, nós queremos lei, ordem e progresso” finalizou o empresário.

Investigado

O empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan, é investigado por realizar, entre abril de 2005 e outubro de 2014, 50 empréstimos junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiar a expansão de suas atividades comerciais no país, que resultaram na abertura de quase 100 lojas em 13 estados do Brasil. No total, os empréstimos, com prazos de pagamento entre 60 meses (cinco anos) e 48 meses (quatro anos), totalizaram R$ 20,6 milhões.

As taxas de juros dos empréstimos, variaram entre 3,1% e 8,7% ao ano – em bancos comerciais, para pessoas jurídicas, as taxas costumam custar pelo menos três vezes mais. Todos os empréstimos foram repassados à Havan por bancos comerciais autorizados a operar com o BNDES. Grande parte dos repasses está concentrada em 2011 e 2012, justamente no momento em que a empresa alterou seu patamar de negócios. Hoje a rede tem 107 lojas distribuídas em 15 estados, com faturamento declarado de R$ 4,7 bilhões em 2016.

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