Cidades

Contribuintes de Cuiabá podem pagar duas vezes o IPTU deste ano

Ministério Público diz que novos carnês liberados na semana passada não têm informação sobre abatimento

2 minutos de leitura
Contribuintes de Cuiabá podem pagar duas vezes o IPTU deste ano

Os contribuintes de Cuiabá estão sob o risco de pagar duas vezes o IPTU 2023. O Ministério Público do Estado (MPE) diz que os novos carnês liberados pela prefeitura não têm abatimento do que foi pago, antes da Justiça declarar inconstitucional o aumento do imposto. 

Os primeiros valores calculados pela prefeitura do IPTU 2023 foram declarados inconstitucionais pelo Órgão Especial, no fim de março. O motivo da ilegalidade foi o acumulo de 11 anos de revisões atrasadas, cobrados de uma só vez neste ano.   

O Órgão Especial mandou a prefeitura cancelar os valores reajustados e emitir novos boletos, sem a revisão. Essa decisão foi cumprida na quinta-feira (20) por meio de um decreto assinado pelo prefeito Emanuel Pinheiro. 

Porém, o Ministério Público diz que não foram corrigidos todos os problemas. O principal deles é que a prefeitura não teria explicado no decreto como vão ser ressarcidos os contribuintes que pagaram o IPTU, todo ou em parte, com os valores mais caros. 

Em uma reclamação judicial protocolada ontem (23) à noite no Tribunal de Justiça, o procurador-geral de Justiça, Deosdete da Cruz Junior diz que: 

  • A prefeitura deveria ter cancelado os boletos e indicado a restituição aos contribuintes dos valores pagos; ou ao menos, ter determinado a dedução ou compensação [dos valores já pagos].   
  • A falta do abatimento gerará “enriquecimento ilícito” para a prefeitura, pois “os contribuintes acabarão por pagar duas vezes o imposto de 2023, ainda que o valor já pago possa ser abatido em 2024”. 

Outro problema apontado pelo Ministério Público é falta de tempo para os contribuintes pagarem os novos carnês. Desta vez, a prefeitura não enviará os carnês às residências. O contribuinte deverá retirá-los nos órgãos autorizados ou pela internet. Mesmo assim, a primeira parcela ou a cota única vence amanhã (25). 

O MP diz que estratégia da prefeitura também prejudica o contribuinte.  

“O referido prejuízo sobressai principalmente da exiguidade de prazo entre a publicação do decreto e o vencimento da data para pagamento da cota única com desconto e da primeira parcela, mas também se agrava em razão de que parcela considerável dos contribuintes não terá conhecimento sobre a data de vencimento, sobretudo porque o município deixou de emitir e enviar os boletos para os contribuintes”, diz o procurador-geral na mesma ação. 

O procurador-geral pediu para a Justiça mandar a prefeitura suspender novamente os boletos, até que sejam enviados para os contribuintes, com antecedência à data de vencimento. Também pediu para mandar os bancos não receberem os pagamentos. 

Use este espaço apenas para a comunicação de erros




Como você se sentiu com essa matéria?
Indignado
3
Indignado
Indiferente
0
Indiferente
Feliz
0
Feliz
Surpreso
0
Surpreso
Triste
0
Triste
Inspirado
0
Inspirado

Principais Manchetes