Mato Grosso

Sindicato pede que Ministério Público recomende lockdown em Cuiabá e VG

Profissionais da Enfermagem afirmam que Mato Grosso deveria estar em "alerta máximo". Prefeito já havia dito que a situação está sob controle

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Sindicato pede que Ministério Público recomende lockdown em Cuiabá e VG
Imagem Ilustrativa (Foto: Ednilson Aguiar/ O Livre)

O Sindicato dos Profissionais de Enfermagem de Mato Grosso (Sinpen) requereu nesta segunda-feira (8) que o Ministério Público Estadual (MP) recomende a adoção de um lockdown – a paralisação completa de todas as atividades – em Cuiabá e Várzea Grande.

O ofício foi encaminhado ao procurador-geral de Justiça, José Antônio Borges, a quem o sindicato também pediu outra recomendação, desta vez, ao governo do Estado: a construção de hospitais de campanha no interior.

O objetivo é criar mais leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em cidades polo, o que contribuiria para evitar uma sobrecarga aos que já existem na Região Metropolitana.

No documento, o Sindicato sustenta vir observando um aumento no número de profissionais da saúde infectados com o novo coronavírus e afirma que isso tem colaborado com a propagação da covid-19.

Cita ainda os dados do último boletim diário da Secretaria de Estado de Saúde (SES), segundo o qual 45% dos leitos de UTI já estão ocupados em Mato Grosso.

Para a categoria, o número “coloca em alerta máximo o sistema de saúde”.

Pico de casos

Na última quinta-feira (4), Mato Grosso registrou um salto considerável nas notificações diárias de novos casos de covid-19. Segundo o boletim informativo daquela data, 359 diagnósticos foram registrados em 24 horas.

Desde então, os boletins da Secretaria de Saúde têm uma diferença média de 200 casos a mais que os registrados no dia anterior.

Na sexta-feira (5), no entanto, o governo de Mato Grosso informou por meio de nota que passou a incluir no boletim também os casos suspeitos de infecção pelo novo coronavírus e sobre os quais ainda não haviam testes conclusivos.

A medida se deu, ainda de acordo com a nota, diante do “crescimento do número de hospitalizações de casos suspeitos para covid-19”.

Dias antes, o secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, havia afirmado que um esquema de lockdown só seria justificável se 80% dos leitos de UTI de Mato Grosso estivessem ocupados. 

Gilberto Figueiredo destacou, contudo, que a decisão não cabe a ele, mas aos prefeitos.

É que ainda no início da pandemia, o governador Mauro Mendes (DEM) informou que decisões sobre o fechamento ou não de atividades econômicas caberiam exclusivamente a cada prefeito, dadas as situações distintas de diferentes regiões do Estado.

O que dizem as Prefeituras e o MP?

No início da tarde desta segunda-feira, a assessoria de imprensa do Ministério Público de Mato Grosso informou à reportagem do LIVRE que o ofício do Sinpen ainda não havia chegado às mãos do procurador-geral de Justiça, José Antônio Borges.

Já a Prefeitura de Várzea Grande informou que o Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus vai analisar o que foi pontuado pela categoria e emitir um posicionamento.

A Prefeitura de Cuiabá também deve divulgar uma nota técnica sobre o assunto ainda hoje.

No final da semana passada, o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) disse que um lockdown não está descartado, mas que a medida só seria considerada se o índice de contágio pelo novo coronavírus subisse de uma forma descontrolada.

Até então, segundo o prefeito, o quadro de evolução da doença estava numa margem abaixo da registrada no início da pandemia.

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