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Silval se irrita com advogado e diz que Emanuel entrou em “fila indiana da propina”

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Silval se irrita com advogado e diz que Emanuel entrou em “fila indiana da propina”

Ednilson Aguiar/ O LIVRE

Silval Barbosa é ouvido na CPI do Paletó

Silval Barbosa: “Quem em sã consciência vai acreditar que uma fila indiana naquele dia da gravação era para pagamento de pesquisa eleitoral?”

O ex-governador Silval Barbosa se irritou ao ser questionado pelo advogado do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), André Stumpf, durante a CPI do Paletó, nesta sexta-feira (23), na Câmara de Cuiabá e reafirmou, com contundência, que o dinheiro recebido por Emanuel era de extorsão. O atual prefeito foi um dos vários deputados filmados recebendo dinheiro das mãos do também delator Silvio Correa, chefe de gabinete do então governador.

A tese da defesa é que Emanuel recebeu dinheiro para pagar dívidas de pesquisas realizadas pelo Instituto Mark, que pertence ao seu irmão Marco Polo Pinheiro, o “Popó”. O advogado questionou Silval se ele estava consciente que poderia anular a delação premiada de Silvio Correa caso mudasse a versão e admitisse essa tese.

“Quem em sã consciência vai acreditar que uma fila indiana naquele dia da gravação era para pagamento de pesquisa eleitoral?”, disparou Silval, diante da insistência do advogado na pergunta. “É um direito seu e do seu cliente questionar a delação, mas estou tranquilo. Tenho convicção da verdade dos fatos que relatei à Justiça”, completou. A declaração irritada do ex-governador arrancou aplausos de diversas pessoas que assistiam ao depoimento nas galerias da Câmara.

No depoimento, Silval afirmou que todos os deputados filmados receberam dinheiro de um “acordo de extorsão” feito para que eles não atrapalhassem as obras da Copa e outras que o Estado estava tocando naquele período. O ex-governador disse que prometeu pagar R$ 600 mil a cada deputado que participou do acordo, entre eles, Emanuel Pinheiro. No entanto, em função do atraso das empreiteiras em dar o retorno de propina, a maioria recebeu entre 70% e 80% do valor combinado, segundo Silval. O ex-governador ainda se colocou à disposição para retornar à CPI, se os vereadores considerarem necessário.

Antes de ser rebatido por Silval, Stumpf afirmou aos vereadores que o depoimento do ex-governador havia sido esclarecedor e que mostrava que Emanuel não participou dos fatos delatados.

“Vi sete pontos fundamentais no seu depoimento. Em nenhum momento Emanuel Pinheiro agiu para atrapalhar o trâmite da sua delação. Em nenhum momento ele participou da reunião em que supostamente se combinou tratativa de propina. O senhor jamais entregou valores pessoalmente ao Emanuel. O senhor contratou por diversas vezes o Instituto Mark. Os pagamentos aos Instituto Mark foram feitos por diversas vezes com dinheiro de caixa dois. O senhor Silvio não participou da suposta reunião com os deputados que fizeram tratativa. E o senhor designou o Silvio para fazer pagamentos aos deputados”, disse o advogado.

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