Ednilson Aguiar/O Livre
Vereadores Marcelo Bussiki e Adevair Cabral, presidente e relator da CPI
As assinaturas do servidor público Valdecir Cardoso são diferentes em dois documentos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) por possível quebra de decoro.
A chamada CPI do Paletó decidiu pela condução coercitiva de Valdecir depois que a Câmara de Vereadores recebeu um ofício com sua assinatura pedindo adiamento da oitiva em razão de uma viagem particular. O pedido de condução será encaminhado a um juiz criminal da Capital.
O vereador Marcelo Bussiki (PSB), presidente da CPI, apresentou a intimação feita a Valdecir e afirmou que há diferenças com relação à assinatura do ofício que pedia o adiamento da oitiva.
Ednilson Aguiar/O Livre
O ofício foi recebido pelo gabinete do vereador Adevair Cabral (PSDB), relator da CPI do Paletó. De acordo com Adevair, o documento foi entregue por uma terceira pessoa em seu gabinete, na terça-feira (06), e houve diversas tentativas de encaminhar o documento ao presidente da CPI.
“A partir do momento em que recebi o documento, eu tentei contato com o presidente para repassá-lo ao presidente da CPI”, disse Adevair. O vereador ainda afirmou que o protocolo do ofício foi entregue à pessoa que entregou o documento em seu gabinete, não ficando registro na Câmara.
Marcelo Bussiki questionou o procedimento adotados pelo vereador e seu gabinete. “O vereador Adevair não tem autorização para receber as minhas correspondências, sejam de CPI ou de qualquer outra coisa. Além disso, a justificativa apresentada pelo senhor Valdecir não vem com qualquer prova documental, como passagens ou outros comprovantes. Ele foi intimado em 11 de janeiro e poderia ter se adiantado”, disse durante a sessão da CPI nesta quarta.
O ofício tem data de 29 de janeiro e Valdecir pede para ser ouvido depois do dia 20 de fevereiro em razão de uma viagem. O servidor fica alocado na Assembleia Legislativa e os vereadores pretendem questionar o legislativo estadual sobre a veracidade da viagem citada no documento.
A CPI
O prefeito Emanuel Pinheiro é investigado em duas questões relacionadas à delação premiada do ex-governador Silval Barbosa. Pinheiro foi filmado recebendo maços de dinheiro no gabinete de Silval – o delator afirma que o valor era de propina.
A CPI também apura um possível caso de obstrução da Justiça. O ex-secretário de Indústria, Comércio, Minas e Energia Alan Zanatta gravou um áudio em conversa com o chefe de gabiente de Silval, Silvio Cesar Correa Araújo. A utilização distorcida do áudio seria uma tentativa de atrapalhar as investigações.
A defesa do prefeito nega ambas as acusações. De acordo com a tese da defesa, os valores seriam referentes a uma pesquisa realizada por seu irmão, Marco Polo Pinheiro, sócio do Instituto Mark de Pesquisas e Opinião Pública. O prefeito diz não ter relação com a gravação do áudio.