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Repertório especial e premiaçao de alunos marcam concerto do Ciranda nesta quarta

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Repertório especial e premiaçao de alunos marcam concerto do Ciranda nesta quarta
Leonid de Carvalho (Foto: Protásio de Moraes)

Dia especial para os alunos do Instituto Ciranda. Além do concerto da Orquestra Sinfônica Ciranda Mundo – que integra a Temporada Oficinal 2018 – sobem ao palco do Teatro Zulmira Canavarros nesta quarta-feira (06), os jovens musicistas vencedores da primeira edição do Prêmio Ciranda Jovem Artista, uma iniciativa que visa estimular o desenvolvimento musical e a busca pela profissionalização de alunos da instituição que celebra seus 15 anos.

“Isso acontece muito no universo de concerto e nada melhor do que começar em casa, tocando para a família, conhecendo o concorrente e com todo mundo na torcida. Uma realidade que eles vão encontrar em algum momento de suas carreiras, em provas e competições”, explica o maestro e presidente do instituto Murilo Alves.

Participaram da competição os maiores polos do projeto. O flautista Leonid de Carvalho e a fagotista Ruth Gomes foram os premiados com o primeiro e segundo lugar de Cuiabá, respectivamente. As revelações de Campo Verde foram o clarinetista Amauri Corrêa – conquistando o primeiro lugar com apenas 14 anos – e o flautista Vander Junior.

Ruth Gomes (Foto: Protásio de Moraes)

Todos serão contemplados com cursos e apresentações internacionais e recebem o prêmio das mãos do suíço-venezuelano, convidado da noite, Simón Gollo, que, à proposito, integrou a banca de jurados. “Tudo isso para que os horizontes sejam ampliados e as percepções fiquem cada vez mais claras”, explica Murilo.

Simón Gollo, violinista e maestro nascido na Venezuela com formação no continente europeu, passa por Mato Grosso durante turnê pelo Brasil, já tendo se apresentado em pelo menos 23 países. Residente nos Estados Unidos, é diretor da Orquestra da New Mexico State University, na cidade de Las Cruces.

“Creio que ciranda é uma iniciativa muito nobre, sinto que há um compromisso social, musical e humano que é um exemplo. Me orgulha e comove muito ver tantos niños que encontram alternativa na música e aproveitam muito minha presença nas aulas”, afirma Gollo.

No concerto de hoje, ele sola uma peça de Beethoven no violino e assume a regência da segunda parte com a orquestra mais experiente do instituto – na qual tocam alunos, monitores, professores e instrutores que se juntam para fazer um repertório tradicional.

“Esses dias de ensaio com os alunos tem sido de um crescimento gigantesco, porque é uma pessoa muito experiente, mesmo bastante jovem, já tocou em vários países, regeu grandes orquestras e agora está aqui falando dessas experiências e trazendo o que ele aprendeu sobre este tipo de música”.

Simón Gollo (Foto: Protásio de Moraes)

Assim como os agentes envolvidos no Instituto Ciranda, Simón Gollo acredita que em um contexto de desigualdades sociais, a música se converte em uma ferramenta de transformação. “Um concerto mais que momento de fazer música, é um processo de revolução desses jovens. Também significa que muita gente se mobiliza ao redor das apresentações, é um impacto humano, social e econômico direto”.

O musicista também é diretor da Aruba Symphony Festival, festival de alto nível em território do Caribe, onde o maestro Murilo Alves conta estar articulando intercâmbios. “É possível que os premiados irem para Aruba, mas ainda não temos nada certo”, adianta e complementa:

“Para ocupar um bom posto em uma orquestra profissional ou ensinar em uma grande universidade é um longo caminho percorrido. É importante que eles aprendam isso desde cedo, porque vivemos em um país e um Estado que esse tipo de arte ainda carece de muita prática e vivencia, um segmento que precisa se desenvolver. E se não tem orquestra, não tem projetos, as iniciativas ficam à margem do que acontece a nível global”.

Murilo Alves (Foto: Protásio de Moraes)

15 anos de Instituto Ciranda

Após 15 anos de atividades ininterruptas, buscando caminhos para que o projeto seja financiado, o Instituto Ciranda hoje atende mais de mil jovens em Mato Grosso, que estudam música e instrumentos gratuitamente.

Uma das primeiras instituições a ser contemplada Ponto de Cultura, em 2005, foi inaugurada pelo músico e então ministro Gilberto Gil, que, à época, esteve em Cuiabá especialmente para cerimônia. Sem apoio estadual desde 2014, atua através de editais a nível nacional e internacional e lei de incentivo, além de patrocínios de empresas parceiras.

Ao invés de diminuir a frequência das atividades diante das dificuldades financeiras, o projeto vem expandindo para grande parte do Estado, ainda à espera da Casa de Bem-Bem que foi cedida em um termo de comodado para as atividades do projeto.

Atualmente, tem sede está localizada no Boa Esperança, em Cuiabá, de onde as atividades do instituto nos bairros e municípios do interior são administradas. O Ciranda conta com ações em Campo Verde, Rondonópolis, Chapada, Poconé, Várzea Grande e neste mês de junho, realiza o sonho de se consolidar em Chapada dos Guimarães.

“Conseguimos superar as adversidades e encontrar caminhos de financiamento e novos parceiros. Há uma compreensão maior das comunidades e empresas sobre o que a gente faz pelo resultado e pela história que a gente vem acumulando”.

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