Política

Remédios vencidos: Palma diz que compras eram feitas com base no “copia e cola”

Não há uma base da cálculo atual e nem estimativa precisa do que será consumido, afirma depoente

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Remédios vencidos: Palma diz que compras eram feitas com base no “copia e cola”

Os medicamentos são comprados pela prefeitura de Cuiabá sem parâmetros atuais ou cálculos precisos, o que teria gerado o vencimento de remédios na Central de Distribuição de Medicamento e Insumos de Cuiabá(CDMIC). A hipótese foi levantada por Luiz Gustavo Palma, ex-secretário-adjunto de Gestão Primária da Secretaria de Saúde do município.

Palma prestou depoimento da CPI dos medicamentos nessa quarta-feira (2) e afirmou que as compras da central são realizadas em “copia e cola” da série histórica de pedidos. 

“Os coordenadores da farmácia na ponta, na rede primária, secundária [em policlínicas e UPAs], me passavam pedidos e eu transferia esses pedidos para o CDMIC, sem descrição de quantidade necessária. Nós não tínhamos informação do que tinha ou do que não tinha em estoque do CDMIC”, afirmou. 

Luiz Gustavo Palma foi servidor da prefeitura entre setembro de 2018 e fevereiro deste ano. Segundo ele, sua função era coletar as informações por medicamentos e insumos nos postos de atendimento ao público e solicitar reposição ao CDMIC, administrado pela Norge Pharma. 

Não teria acesso ao estoque e nem poder de definir quanto de medicamento e insumo deveriam ser comprados pelo município. Os documentos que serviriam de base seriam reavaliados anualmente por farmacêuticos vinculados ao CDMIC e pela empresa gestora.

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Vencimento no estoque, falta crônica no SUS 

Luiz Gustavo sugeriu que a imprecisão no cálculo da demanda pode ser um dos motivos para o vencimento de milhares de medicamentos no CDMIC. A vereadora Maysa Leão (Cidadania) disse que a hipótese é confirmada por levantamento feito até o momento por ela em visita às unidades de saúde. 

“Os medicamentos que estão vencidos no CDMIC estão faltando nas unidades do Planalto, do Coxipó, do Pascoal Ramos. São medicamentos que têm problemas crônicos de falta nos postos de saúde. Eles não venceram porque não tinham demanda”, afirmou. 

Conforme o ex-secretário-adjunto de Gestão Primária, o problema pode ter sido agravado com a suspensão temporária dos atendimentos aos usuários do SUS em algumas unidades de Cuiabá por força dos decretos. 

“Eu acho que o parâmetro que se usava até o fim de 2019 ou o início de 2020 não dá para avaliar o que aconteceu. A pandemia pode ter alterado a rotina porque ninguém mais fica doente por outra coisa, só covid. É preciso saber também se houve novas compras necessárias e por que houve”, pontuou.  

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