Propriedades privadas lideram o número de focos de calor em Mato Grosso. Em mais de 150 mil delas, o Centro Integrado Multiagências, Cimam, detectou 12.996 focos de calor entre os dias 1 de janeiro e 8 de setembro. A área de concentração de focos é equivalente a 656.568,98 km², ou 72,67% do total.
Mato Grosso é recordista de focos de calor nos oito meses de 2019, dentre os estados da Amazônia Legal: foram detectados ao todo, 19.711 focos de calor.
Depois das milhares de propriedades particulares, na sequência, estão 84 terras indígenas, em que foram registrados do início do ano até o dia 8 deste mês, 3.009 focos. Logo, estão os projetos de assentamento, com 829 focos de calor. As áreas que concentram focos de calor equivalem respectivamente, a 16,26 % e 5,08% do total.
A área que concentra focos de calor em Mato Grosso corresponde a mais de 903 mil km². A posição de Mato Grosso só cai, em relação ao Pará, mas no período entre 15 de julho e 8 de setembro. É aí que o Estado ocupa a 2ª posição, com 12.462 focos, enquanto o Pará, 12.261.
Levando em conta os dados do levantamento, no período proibitivo, de 15 de julho a 8 de setembro, os números de foco de calor em Mato Grosso são quase o dobro do mesmo período em 2018: no ano passado, 6.988, neste ano, 12.261. A média dos últimos dez anos, de 2009 a 2019 é de 9.732.
Em relação à região metropolitana, Cuiabá, Santo Antônio de Leverger, Nossa Senhora do Livramento e Várzea Grande – teve 295 focos de calor desde o início do ano.
Vale ressaltar, nem todos os casos de focos de calor são necessariamente incêndios. Os sensores do satélite registram temperaturas acima de 47°C, por isso, os focos de calor não representam necessariamente incêndios florestais, fogo descontrolado, ou queimadas. Um incêndio, por sua vez, pode ter vários focos de calor.
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Unidades de conservação
Em relação aos focos de calor detectados no período de 1º de janeiro a 8 de setembro, as unidades de conservação estaduais lideram os números, registrados em uma área correspondente a 28.700 km² e 466 focos de calor. Em segundo lugar, vêm as unidades de conservação federais, com 20.285,57 km² e 73 focos e em terceiro, as municipais, com 5.077,5 km² e 23 focos de calor.
Situação é crítica no Parque Estadual do Araguaia. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso (Sesp-MT), a próxima fase da Operação Abafa Amazônia será na região Araguaia, mas ainda não há data definida.
Alerta ICV
Já o Instituto Centro de Vida (ICV), calcula que o número de focos de calor em Mato Grosso até 11 de setembro deste ano já tenha superado em 20% o total de focos de todo o ano passado. Segundo levantamento do instituto ambiental, “somente nos últimos sete dias, a média foi de 630 novos focos por dia”.
O total entre 5 e 11 de setembro foi de 4.409 novos registros – bastante superior à semana anterior, com 1.915 focos de calor registrados em sete dias.
“A seguir neste ritmo e considerando que a estação chuvosa ainda está longe de iniciar, é possível que o número de focos chegue a 35 mil ocorrências, o que seria o maior número em um ano desde 2010”, diz trecho de material divulgado pela assessoria do ICV.
Operação Abafa Amazônia
De acordo com a Assessoria de Segurança Pública, nas duas fases da Operação Abafa Amazônia realizadas em agosto e setembro deste ano, cerca de 29 mil hectares foram fiscalizados com estimativa de R$ 43 milhões de multas aplicadas.
As ações foram coordenadas pelo Centro Integrado Multiagências de Coordenação Operacional (Ciman), instalado na Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp).
A segunda fase da Operação Abafa Amazônia, de 02 a 11 de setembro, ficou focada no médio-Norte e o lançamento foi em Sinop, com a força-tarefa multiagências atuando em União do Sul, Cláudia e Marcelândia. Ao todo foram fiscalizadas 28 áreas, num total de 20.111 hectares e estimativa de R$ 21,8 milhões em multas.