Cuiabá

Peão acamado após acidente em rodeio recebe tratamento inovador em Cuiabá

Com paraplegia e diparesia em membros superiores (MMSS) desde 2010, Leonildo chegou ao HMC com feridas abertas, espasmas fortes e muitas dores

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Peão acamado após acidente em rodeio recebe tratamento inovador em Cuiabá
(Foto: arquivo pessoal)

Acamado há 12 anos, devido a um acidente ao montar em um touro, o peão de rodeio Leonildo Veda, 37 anos, sofre com úlceras na pele que nunca se curaram completamente. Há quatro meses, porém, ele começou a receber um tratamento inovador no Hospital Municipal de Cuiabá e Pronto-Socorro Dr Leony Palma de Carvalho (HMC) e, pela primeira vez, começou a ver suas feridas se curarem.

Leonildo é morador de Ataputanga (340 km de Cuiabá), mas está hospitalizado em Cuiabá para fazer o uso de dois procedimentos: para tratar a espasticidade (excesso de contração do músculo em decorrência de doença neuromuscular) realizou aplicação de injeção de toxina botulínica. E, para o tratamento de úlceras de pele (lesões no corpo), realizou sessões de oxigenoterapia hiperbárica.

Segundo Leonildo, ele está acamado desde o ano de 2010, com paraplegia e diparesia em membros superiores (MMSS), após sofrer acidente ao montar em um touro. “Desde então venho sofrendo com úlceras de pele, que nunca curaram 100%. Cheguei ao HMC com as feridas abertas, espasmas fortes e muitas dores”, contou.

“Com a realização das sessões na câmara de oxigenoterapia hiperbárica, minhas úlceras de pele estão praticamente cicatrizadas. É o tratamento mais avançado e acelerado que eu já tive. É maravilhoso o resultado, estou muito satisfeito”, completou Leonildo, que realizou, até o momento, 130 sessões de oxigenoterapia hiperbárica no HMC.

Para o médico hiperbarista Pedro Henry, a oxigenoterapia hiperbárica é o divisor de águas na recuperação de pacientes vítimas de lesões na pele decorrentes de traumas, feridas, queimaduras e infecções. “É uma modalidade terapêutica na qual o paciente respira oxigênio puro (100%). O tratamento acelera o processo de cicatrização e diminui o risco de infecção. São poucos os hospitais públicos do país que oferecem esse serviço”, ressaltou.

A gerente e responsável técnica das Áreas Abertas Ariane Barcelon explicou que, para tratar a espasticidade do paciente, foi utilizada a toxina botulínica. “A substância possui grande eficácia no tratamento, pois inibe os moduladores que ativam a contração do músculo, facilitando o processo de fisioterapia e consequentemente proporcionando uma melhora da qualidade de vida do paciente”, destacou.

Conforme o médico neurologista Bruno Gumiero, a toxina botulínica é uma grande aliada no tratamento de pacientes com doenças musculares, que apresentam hipertrofia muscular, que é um quadro geralmente doloroso com prejuízo na função do membro acometido (uma espécie de câimbra prolongada).

“As principais funções da toxina botulínica no tratamento dessas doenças são o alívio da dor e ganho de função. Toda a equipe de neurologia do Hospital Municipal de Cuiabá está habilitada e capacitada para oferecer essa modalidade terapêutica para os pacientes”, ressaltou o médico.

Segundo a coordenadora do setor de Fisioterapia, Talita Souza, a toxina botulínica tem várias finalidades médicas, inclusive na área de reabilitação, com o relaxamento da musculatura para pacientes com doenças neuromusculares.

“Este tratamento foi realizado em conjunto com as sessões de fisioterapia. No início, o paciente estava muito debilitado e com várias sequelas motoras devido a sua patologia de base, mas com o plano de tratamento voltado exclusivamente de maneira individualizada por profissionais com especialidade no atendimento de pacientes neurológicos, percebemos a evolução que ele apresentou em poucos dias” relatou.

No final do tratamento e com a melhora perceptível, o paciente Leonildo lembrou que logo quando foi internado teve uma parada cardíaca, mas a rapidez da equipe foi crucial para salvar a sua vida. “Devido ao forte espasmo, a minha pressão subiu e eu tive a parada cardíaca. O médico plantonista veio rápido e as enfermeiras e técnicas em enfermagem deram todo o auxílio, ações cruciais para estabelecer meu quadro clínico”, pontuou.

“Realizei tomografia craniana e eletrocardiograma no coração, além de outros exames de imagens e laboratoriais. Fui avaliado pela urologia, cardiologia, neurologia, clínica geral e equipe multiprofissional. Meu sentimento é de gratidão a todos os profissionais da saúde e a direção do HMC. Esse é o melhor hospital que já passei. Muito bom, não faltou nada para o meu tratamento. Estou muito bem e feliz com o resultado”, enfatizou Leonildo.

Paulo Rós, diretor geral da ECSP, destacou que o HMC é o hospital público do centro-oeste pioneiro na aplicação de toxina botulínica e no tratamento via oxigenoterapia hiperbárica.

“Tratamento de primeiro mundo, que traz ganhos terapêuticos de reabilitação e inúmeros benefícios na qualidade de vida das pessoas”, avaliou Rós.

HMC

Oxigenoterapia hiperbárica – Foi implantada em junho do ano de 2021 no Hospital Municipal de Cuiabá para auxiliar na recuperação dos pacientes da rede SUS. São realizadas em média 600 sessões ao mês na câmara hiperbárica.

Toxina botulínica – Tratamento disponível no Hospital Municipal de Cuiabá desde 2021, utilizada para otimizar a reabilitação de pacientes com sequelas neurológicas e auxílio na terapia de doenças neuromusculares.

(Com Assessoria)

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