Há exatos 15 dias, um decreto assinado pelo governador Mauro Mendes (DEM) deu início ao período proibitivo do uso do fogo para manejo e limpeza de áreas na zona rural. O texto mantém a prática de queimadas ilegal até setembro. Mas, na prática, a realidade é outra.
Sobrevoos realizados pelo Greenpeace em território mato-grossense na semana passada flagraram diversos focos de incêndio na região da floresta amazônica.
“O cenário é desolador: além de áreas completamente queimadas, registramos imagens de territórios sendo preparados para a queima, o que indica a sensação de certeza de impunidade de quem destrói a floresta” relata a ONG.
De acordo com a organização internacional, até o dia 13 de julho Mato Grosso havia registrado 4 mil focos de incêndio. O Estado já tem o maior número de queimadas na Amazônia brasileira em 2020.
O número representa 50% do total de queimadas na região só neste ano.
Segundo o Greenpeace, ao contrário do que muitos pensam, incêndios não ocorrem de forma natural na Amazônia.
A instituição sustenta que, para ter início, o fogo tem que ser ateado por fazendeiros e grileiros, geralmente interessados em remover a floresta para aumentar as áreas de pastagem. Outra possibilidade é quando a vegetação já está derrubada e seca pelo sol.
Reflexo
Para Rômulo Batista, do Greenpeace Brasil, as imagens das queimadas são reflexo da “política antiambiental” do governo brasileiro para toda a Amazônia, que sofre com aumento recorde do desmatamento.
“A única coisa que este governo está fazendo é colocando o clima e mais vidas em risco, especialmente as dos povos indígenas”, critica.
Em junho de 2020, mais de 2 mil focos de incêndio foram registrados na Amazônia, um aumento de quase 20%, comparado a junho de 2019, e o maior número registrado para o mês desde 2007.
Em julho, até o dia 13, mais de mil focos de incêndio já haviam sido registrados no bioma.
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(Com Assessoria)