O governo federal vai investir R$ 10 milhões em ações de combate aos incêndios florestais no Pantanal. O anúncio foi feito no início da tarde desta quarta-feira (16) pelo ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, que esteve em Cuiabá.
O dinheiro sairá dos cofres da Defesa Civil e o valor foi estipulado conforme um plano estratégico traçado pelo próprio governo de Mato Grosso. Segundo o governador Mauro Mendes (DEM), boa parte dos recursos deve ser aplicada na contratação de aeronaves.
Durante a entrevista coletiva em que o anúncio foi feito, Mendes afirmou que a situação saiu de controle porque os focos de queimada agora estão em área de difícil acesso, onde não é possível chegar por terra.
“Vejo pessoas criticando à distância, falando asneiras, sem conhecer o que é o Pantanal. Existem locais que você não consegue acessar de forma alguma, se não for com aeronaves”, justificou.
Mendes ainda disse que, mesmo com esses recursos, a presença de agentes de combate ao fogo em terra é fundamental, por isso, o descontrole da situação nos últimos dias.
Segundo ele, o governo de Mato Grosso já aplicou R$ 22 milhões em ações para o combate ao fogo. Cerca de 2,5 mil profissionais – entre servidores públicos, contratados e até voluntários – estão na linha de frente.
“O clima conspira contra nossos interesses. São mais de 100 dias de estiagem, de temperaturas extremamente altas”, completou o governador.
Esforço contra as críticas
Também num tom de defesa contra as críticas que o governo federal passou a receber nas últimas semanas, o ministro Rogério Marinho destacou que sua presença em Cuiabá significou uma “demonstração cabal” de um “apoio mais decisivo” da União para o enfrentamento da crise.
A exemplo de Mendes, Marinho citou as condições climáticas e previu que, justamente por conta delas, que dentro de 10 a 15 dias – quando o que chamou de “ciclo natural das chuvas” começar – a situação esteja razoavelmente controlada.
Na avaliação do governador Mauro Mendes, o prazo é mais longo. Segundo ele, o planejamento é de mais um mês e meio de trabalho, já que as primeiras chuvas após a estiagem não prometem ser suficientes para apagar o fogo, que se espalha.
Decreto de calamidade
O ministro ainda fez questão de ressaltar que a União estava de mãos atadas sobre a situação até que o governo de Mato Grosso decretou situação de calamidade no Estado. O ato foi assinado pelo governador Mauro Mendes na última segunda-feira (14).
“Nós reconhecemos em tempo recorde esse decreto. Vamos liberar o recurso em menos de 24 horas”, pontuou o ministro.
Marinho ainda afirmou que mais dinheiro poderá ser investido, se o governo de Mato Groso julgar necessário, e lembrou que cidades como Poconé e Barão de Melgaço já haviam recebido auxílio antes, por requererem primeiro.
Perguntado sobre a demora para reconhecer a calamidade, o governador Mauro Mendes disse que, até então, as equipes do governo do Estado vinham conseguindo controlar e minimizar os focos de queimadas, o que só deixou de ocorrer há cerca de uma semana.
Mendes lembrou da visita do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Sales, ha cerca de um mês. Na ocasião, ambos sobrevoaram a região afetada pelo fogo e concluíram que a situação estava “dentro de uma certa normalidade”.