A Small Arms Survey, organização não governamental sediada em Genebra, na Suíça, divulgou em junho deste ano a prévia do seu mais novo estudo “Estimating Global Civilian-held Firearms Numbers” – uma estimativa de armas de fogo nas mãos de civis no mundo e os 25 países mais armado são:

De acordo com as estimativas da organização, os Estados Unidos possuem quase 400 milhões de armas de fogo nas mãos da população, ou seja, mais de uma arma para cada habitante do país. Em 2007, também de acordo com a Small Arms Survey, esse número era de 275 milhões, portanto houve um implemento de 125 milhões de armas nos últimos dez anos. São, em média, 12,5 milhões de novas armas por ano ou mais de um milhão de armas comercializadas por mês!

Se a tese de que, inexoravelmente, mais armas significam mais crimes, deveria haver uma explosão de violência proporcional nos EUA com a entrada de milhões de armas em circulação, mas isso simplesmente não aconteceu! A taxa de homicídios no período praticamente não variou e se manteve sempre próxima de cinco homicídios por cem mil habitantes, seis vezes menor que a taxa brasileira. Teses esdrúxulas disfarçadas de “estudo”, como é o caso de uma conduzida por um ex-diretor do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) que afirma que a cada 1% de aumento nas armas em circulação há 2% a mais de homicídios – tese já refutada pelo pesquisador Fabrício Rebelo – recebem uma derradeira pá de cal.

Dentre os 25 países mais armados do mundo, absolutamente nenhum figura entre os mais violentos ou com maiores taxas de homicídios, pouco importando as gritantes diferenças de IDH, econômicas, culturais, região ou, até mesmo, conflagrações internas, como é o caso do Iraque. Dos 25, dez possuem menos de um homicídio por cem mil habitantes; doze deles têm entre um e cinco, e apenas o Iraque se aproxima da taxa de dez homicídios – mesmo assim, três vezes menor que a taxa do Brasil.

Importante notar que, como já demonstrei acima, assim como nenhum dos países mais armados do mundo figurem entre os mais violentos, a recíproca se mostra parcialmente verdadeira. Entre os 25 países com as maiores taxas de homicídios encontramos El Salvador, Honduras e Venezuela, os três primeiros colocados em assassinatos e, adivinhem, todos eles com legislações fortemente restritivas. O Brasil, país do Estatuto do Desarmamento, ostenta a honrosa 12ª colocação entre os países mais violentos.

As estimativas não são absolutamente precisas e o próprio autor reconhece isso exatamente pela dificuldade em contabilizar as armas ilegais. Exemplo disso é a quantidade de armas estimada para o Brasil, aproximadamente dezessete milhões, o que deixaria o Brasil com uma taxa de 8,5 armas para cada cem habitantes. O número me parece bastante inflacionado, pois mesmo se somássemos todas as armas produzidas aqui desde o Brasil império até hoje, as importadas, as contrabandeadas e até mesmo as manufaturadas, não chegaríamos a esse montante. De qualquer forma o estudo é uma importante ferramenta de análise e entendimento, porém, como não parece corroborar com a narrativa desarmamentista, seguirá sendo ignorado pelos “especialistas” que pululam por aí.

Dentre todas as conclusões que podemos tirar, talvez a mais importante e inequívoca é que a maioria esmagadora de proprietários de armas não cometem qualquer crime violento. Só isso já seria o suficiente para que abandonássemos a ideia de que uma sociedade armada é menos segura e todo dono de arma é um assassino em potencial.

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