Empresas e servidores estariam “boicotando” atendimentos a pacientes no SUS em Cuiabá. Escalas de plantão em UPA e policlínicas teriam sido suspensas de última hora no fim de semana e estaria sendo repassada informação de que medicamento em estoque não está disponível.
Os episódios teriam ocorrido nas duas últimas semanas. Um deles foi flagrado pela interventora Danielle Carmona Bertucini. Ela disse ontem (10) que estava em fiscalização em uma policlínica e recebeu a informação de que faltava um medicamento.
“Eu olhei o nome do remédio e falei: não, já tem esse medicamento estoque, nós compramos. Perguntei quem havia dito que não tinha e disse que uma pessoa falou pra outra. E fomos ver na farmácia da policlínica, e o medicamento estava lá no estoque”, disse.
Segundo o gabinete, o SUS em Cuiabá tinha uma lista de mais de 100 remédios de uso frequente em falta, mas eles voltaram a ser fornecidos nos primeiros dias de intervenção. Os tipos iam de analgésicos, como dipirona, a tratamento de doenças crônicas.
Duas semanas atrás, empresas que estavam contratadas pela Secretaria de Saúde de Cuiabá resolveram suspender os serviços por suposta falta de condições. Elas disponibilizavam médico em UPA e policlínica e tinham problema com furo na escala.
“Numa sexta-feira, no fim tarde, uma empresa disse que não atenderia mais; no sábado, outra disse que não tinha [médicos] contratados e informou que iria parar também, mas voltou. A situação, que era ruim, só piorou com essas saídas. Mas, hoje, já temos ao menos um médico em toda rede de atenção básica e estamos começando a suprir a rede secundária”, disse Danielle Carmona.
O gabinete de intervenção disse que está apurando o tipo de relação das empresas e dos profissionais com a Secretaria de Saúde. Os acordos poderão ser revisados por descumprimento de contrato.
A grande maioria das empresas que prestam serviço para a Secretaria de Saúde de Cuiabá e para a Empresa Cuiabana de Saúde, estão com meses de pagamento em atraso.
