Judiciário

“Ele não iria voar para trás”, afirma advogado de Arcanjo sobre novo crime

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“Ele não iria voar para trás”, afirma advogado de Arcanjo sobre novo crime
(Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

O advogado Zaid Arbid, que patrocina a defesa do ex-comendador de Mato Grosso, João Arcanjo Ribeiro, tornou a afirmar que o cliente não seria “bobo” de praticar atos ilícitos novamente, sob risco de retornar para a prisão. As declarações foram prestadas à imprensa na tarde desta quarta-feira (29), enquanto Arcanjo aguardava para passar por Audiência de Custódia.

João Arcanjo Ribeiro foi preso na manhã desta quarta-feira, no âmbito da Operação Mantus, deflagrada pela Polícia Cívil para apurar crimes de lavagem de dinheiro em Mato Grosso.

“Última coisa que eu penso que Arcanjo seja é de congregar à burrice. Não. Ele esteve 14 anos recluso, ficou 14 anos distanciado de tudo e de todos. Ele não iria voar para trás, não. Eu acho que o vôo dele é para frente. Ele não ia praticar aquelas coisas que o condenou por 14 anos”, disse o advogado.

Declaração semelhante já tinha sido feita à imprensa quando Arcanjo teve de voltar ao Fórum, em agosto de 2018, acusado de descumprir cautelares para, justamente, retomar a jogatina ilegal.

De acordo com o advogado, após a audiência, Arcanjo deverá ser levado para uma unidade prisional na Capital, para cumprir a prisão preventiva, uma vez que não possui nível superior.

Ainda, a defesa afirmou que já trabalha para esclarecer os fatos e garantir que Arcanjo mantenha o direito a progressão de pena, conquistado em fevereiro de 2018, quando deixou a cadeia.

Audiência de custódia

João Arcanjo Ribeiro passou por audiência com o juiz Jorge Luiz Tadeu Rodrigues, , na 7ª Vara Criminal de Cuiabá, por volta das 17h. Ele fez parte do segundo grupo a ser ouvido. Isso porque, devido ao grande número de presos na operação e o fato de serem organizações criminosas rivais, o magistrado decidiu desmembrar o caso em duas audiências.

Da organização supostamente comandada por ele, a Colibri, outras seis pessoas também passaram pela audiência. Informações divulgadas pela Polícia Civil dão conta de que um dos alvos da operação atuava com Arcanjo desde o início dos jogos ilegais, há quase 30 anos.

Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça, a defesa de Arcanjo solicitou que ele fosse encaminhado ao Centro de Custódia de Cuiabá (CCC) e, caso não fosse possível, ao Centro de Ressocialização de Cuiabá, pelo fato de ter sido policial civil e estar com idade avançada. João Arcanjo tem 67 anos.

Outras defesas também pediram que seus clientes fossem encaminhados ao CCC, um pelo fato de também ter sido policial e outro por estar em tratamento de saúde. Os pedidos serão analisados pelo magistrado.

Por sua vez, do primeiro grupo a ser ouvido, com 11 presos da Ello/FMC, organização comandada por Frederico Muller Coutinho, também houve pedido para prisão no CCC, dessa vez por terem curso superior.

Na audiência também, os advogados de duas mulheres solicitaram a conversão da prisão preventiva em prisão domiciliar, por ambas terem filhos menores de 12 anos.

O magistrado considerou os documentos e autorizou a alteração com restrições e monitoramento eletrônico.

A assessoria do TJ informou que uma nova audiência de custódia deve ser feita nessa quinta-feira (30), quando o genro de Arcanjo, Giovanni Zem Rodrigues deverá ser ouvido. Ele foi preso em Guarulhos (SP), quando descia de um voo doméstico.

O processo sobre a operação segue em segredo de justiça.

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Atualizada às 18h55

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