Ednilson Aguiar/O Livre
Silval Barbosa
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux disse que a delação premiada do ex-governador Silval Barbosa já chegou a seu gabinete e é “monstruosa”. O conteúdo, no entanto, ainda foi homologado. “Depois da Lava Jato, é a maior operação”, afirmou.
Questionado, o ministro não soube precisar se a delação de Silval está relacionada à Operação Ararath. Procurado pela reportagem, o advogado de Silval, Délio Lins e Silva, não quis comentar o assunto.
O fato de a delação de Silval estar na instância máxima da Justiça brasileira, o STF, significa que há pessoas com foro privilegiado envolvidas.
Confissões
Recentemente, o ex-governador mudou de postura e passou a fazer diversas confissões nos processos da Operação Sodoma, que apuram desvios de dinheiro na gestão dele. Com as confissões e devolução de R$ 46 milhões em bens, Silval conseguiu ser solto do Centro de Custódia da Capital (CCC), onde ficou preso por quase dois anos.
Nos processos da Sodoma, o ex-governador admitiu ter montado sua equipe de secretários para desviar dinheiro, que seria usado para pagar dívidas pessoais e de campanha.
Em depoimentos recentes à juíza Selma Arruda, da 7ª Vara Criminal, Silval chamou a atenção ao se recusar a falar sobre alguns assuntos, indicando que eles poderiam estar relacionados a pessoas com foro privilegiado. Foi o caso da dívida com Valdir Piran, dono de factorings. O ex-governador confirmou que ele e seu “grupo político” tinham uma dívida de R$ 10 milhões com o empresário, mas não citou nomes.