No cenário brasileiro, as altas temperaturas têm desempenhado um papel significativo no aumento da demanda por energia elétrica, indo além do simples desejo de buscar sombra e alívio do calor. Segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), durante a segunda semana de setembro, o Sistema Interligado Nacional (SIN) alcançou um novo recorde, registrando uma carga de 73,5 mil MW (megawatts) médios. Esse valor superou o recorde anterior, que havia sido estabelecido na última semana de setembro de 2021, quando a carga atingiu 71 mil MW médios.
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) também divulgou informações relevantes, destacando um notável aumento na demanda de energia nas duas primeiras semanas de setembro, totalizando 41.442 MW médios. Esse valor representa um crescimento de 4,2% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Esse aumento é amplamente atribuído à onda de calor que tem impactado o país.
Entretanto, a crescente demanda por energia elétrica trouxe consigo uma tendência positiva: o aumento no uso de fontes de energia limpa como uma alternativa sustentável. As altas temperaturas têm impulsionado a produção de fazendas solares, que contribuíram com 2.657 MW médios para a rede elétrica, marcando um notável crescimento de 42,5% em comparação com o ano anterior.
O mês de julho de 2023 também trouxe resultados animadores para as fontes de energia limpa no Brasil. Usinas eólicas forneceram 19,7% a mais de energia elétrica ao Sistema Interligado Nacional em comparação ao mesmo período do ano anterior. Além disso, os empreendimentos solares fotovoltaicos registraram um impressionante crescimento de 65,4%. Embora a fonte hidráulica tenha apresentado uma pequena retração de 7,8%, o cenário geral é de progresso na adoção de energias renováveis.
O consultor especializado no ramo de energia limpa, Jhonatam Silva, destaca a importância das fontes limpas neste contexto. “A energia limpa não apenas atende à crescente demanda, mas também promove um equilíbrio sustentável, minimizando os impactos negativos na camada atmosférica e no meio ambiente”, afirma Jhonatam. “Elas têm o potencial de substituir os combustíveis fósseis, que têm lançado toneladas de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera desde o século 20, contribuindo para o aumento da temperatura terrestre”, complementa o consultor.
Assim, o Brasil avança rumo a uma matriz energética mais verde e consciente, buscando alternativas que não apenas atendam às necessidades energéticas, mas também promovam um futuro mais sustentável para o país.
