Judiciário

“Confio na Justiça”, diz Maluf; AL prepara sabatina e votação secreta

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“Confio na Justiça”, diz Maluf; AL prepara sabatina e votação secreta
(Foto:Ednilson Aguiar/ O Livre)

Réu numa ação penal oriunda da Operação Rêmora, o deputado estadual Guilherme Maluf (PSDB) comemorou a vitória no Colégio de Líderes da Assembleia Legislativa na disputa pela vaga do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Sobre uma eventual judicialização do processo eleitoral, disse confiar na Justiça. Maluf recebeu 11 votos, mas, em plenário, precisa de 13 para ser eleito conselheiro. A votação estava prevista para a sessão ordinária da próxima terça-feira (26), após sabatina do tucano, mas ambas podem ocorrer ainda nesta semana.

“Sei que não tive os 13 votos necessários, maioria simples, mas vou em busca dos que faltaram, num trabalho de convencimento e debate com os colegas”, ressaltou, após a reunião em que foi escolhido pela maioria dos parlamentares, realizada na noite dessa quarta-feira (20).

Depois de uma tarde conturbada na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR), quando foi acusado de tentar vencer “no tapetão” e da apresentação de dois relatórios por parte dos membros da comissão, o deputado parabenizou o rito de escolha realizado pela Assembleia Legislativa até o momento.

“Nunca tivemos uma escolha de conselheiro tão transparente e detalhada como essa. Ainda temos que ir à plenário, mas agradeço os companheiros que votaram em mim. Quanto à possível judicialização, confio na Justiça do Estado. É natural que venham questionamentos. Toda vez que existe uma escolha de conselheiro tem questionamentos judiciais, vou estar pronto”, assegurou.

Mesmos com os embates protagonizados na reunião da comissão, o presidente da Casa, Eduardo Botelho (DEM), não acredita que o processo deixará feridas. Ele entende que as discussões e debates fazem parte do Legislativo e que o processo foi feito da forma mais democrática possível.

“Esse foi um episódio muito importante para a Assembleia e feito de forma democrática, dando oportunidade para cada deputado fazer uma indicação. A disputa foi acirrada, tivemos grandes discussões, mas o Parlamento é isso. A Casa escolheu e temos que respeitar a maioria, agora vamos para a sabatina, que é outra realidade”, pontuou.

Indicado por 11, votado por 10

O deputado Max Russi (PSB), indicado para a vaga por 11 parlamentares, obteve 10 votos na disputa. Como Lúdio Cabral (PT), que não assinou o requerimento, declarou publicamente seu voto em Max, a votação demonstra que dois deputados mudaram de ideia “do dia para a noite”. O prazo para indicação terminou nessa terça-feira (19).

Max Russi, por sua vez, se declarou feliz por ter participado. “Não coloquei meu nome, colocaram. Eu decidi na terça e foi a decisão mais difícil da minha vida. Sou um político que gosta de fazer política. Então, estou feliz. Deus me deu o melhor caminho, me deu oportunidade de continuar na Assembleia Legislativa”.

Ele, que chegou a ter sua candidatura indeferida no primeiro relatório apresentado na CCJR, considerou que o processo foi democrático. “Não concordava com a forma como estava sendo conduzido. Dois deputados que foram indeferidos como eu brigaram e depois retiraram o nome. É difícil, mas eu sou homem de grupo, sempre fiz minha política assim e decidi aceitar o desafio, porque entendiam que meu nome era o melhor. A maioria entendeu que não, o processo eleitoral passou e agora esperamos que o Guilherme, se assim for, faça um bom trabalho. O debate foi importante, pela primeira vez teve um rito”.

Os outros dois candidatos que tiveram o nome indeferido foram Dilmar Dal Bosco (DEM) e Sebastião Rezende (PSC). Eles retiraram a candidatura durante o tempo aberto para explanações dos indicados na reunião do Colégio de Líderes.

A vaga e o escolhido

Guilherme Maluf se tornou réu em julgamento do pleno do Tribunal de Justiça da última quinta-feira (14). Ele é acusado de ser um dos líderes do esquema de desvio de recursos da Secretaria de Estado de Educação, Esporte e Lazer (Seduc), desmantelado pela Operação Rêmora. Seis dias depois, foi o escolhido para ocupar a vaga de conselheiro deixada por Humberto Bosaipo.

Travada há quatro anos, a vaga foi liberada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no início deste mês. Como Bosaipo havia sido indicado na cota do Legislativo, a prerrogativa da indicação é do Parlamento.

Após a sabatina na próxima terça-feira, a Mesa Diretora apresentará um projeto de resolução com p nome de Maluf, que será apreciado em plenário pelos parlamentares, em votação secreta. Se aprovado, o projeto será publicado e o governador Mauro Mendes (DEM) será informado para nomeação do novo conselheiro.

Em caso de reprovação da indicação ou de qualquer impedimento, será aberto um prazo de 72 horas para apresentação de novas indicações, sendo vedada a reapresentação dos nomes já sugeridos.

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