Em reunião do Colégio de Lideres da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), na noite desta quarta-feira (20), o deputado Guilherme Maluf (PSDB) foi o escolhido para ser sabatinado em plenário rumo à vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) na próxima terça-feira (26). Maluf recebeu 11 votos dos 24 possíveis. Inicialmente, o cargo tinha seis postulantes. No entanto, ao longo da noite, dois dos deputados desistiram da corrida.

Outros cinco nomes foram avaliados pelo Colégio, sendo que o deputado Max Russi (PSD) recebeu 10 votos, o juiz Eduardo Calmon, diretor do Fórum de Várzea Grande e que foi indicado pelo deputado Ulysses Moraes (DC), recebeu dois e o ex-controlador-geral de Cuiabá, Luiz Mário, não conquistou votos. Os deputados Sebastião Rezende (PSC) e Dilmar Dal’Bosco (DEM) retiraram suas candidaturas.

A reunião para escolha do candidato que passará pelo crivo do plenário se deu após uma tarde conturbada na Comissão de Constituição e Justiça e Redação (CCJR).

Um primeiro relatório, apresentado pelo deputado Wilson Santos (PSDB), que apontou que apenas dois nomes deveriam para a disputa, causou inúmeros desentendimentos, acirrou os ânimos e acabou sendo derrubado. Depois, em uma nova sessão da comissão,  um segundo relatório, de autoria do deputado Silvio Favero, foi apresentado e aprovado por maioria. Nele, ficou estabelecido que os seis indicados deveriam seguir para a próxima etapa do processo seletivo.

Explanações

No Colégio de Líderes, que teve início por volta das 20h, cada deputado teve 10 minutos para suas explanações. A ordem das falas foi definida por sorteio, feito pela deputada Janaina Riva (MDB). Ficou estabelecido, então, que Rezende seria o primeiro a falar. Ele foi seguido por Luiz Mário, Maluf, Eduardo Calmon, Max e Dilmar.

Para garantir igualdade na condição dada para o discurso, o deputado Eduardo Botelho (DEM), presidente da Casa, atendeu a um pedido da Janaina e determinou que fosse cortada a transmissão da sessão na sala onde os candidatos aguardavam, já que os últimos a discursarem estariam em vantagem por ouvir as apresentações dos postulantes anteriores.

Deputados desistem

Primeiro a discursar para os colegas, Sebastião Rezende apresentou seu histórico na vida pública e depois retirou sua candidatura à vaga. Segundo ele, pesaram para a medida a pressão recebida desde que se lançou na disputa e o fato de ter visto sua candidatura ser indeferida pelo deputado Wilson Santos (PSDB), no primeiro relatório apresentado na CCJR, por falta de documentação.

[featured_paragraph]”Infelizmente, o que nós presenciamos na tarde de hoje me chocou muito.  Me deixou extremamente constrangido com a cena que vivenciamos hoje e eu tenho uma postura muito firme nesse aspecto”, disse ele.[/featured_paragraph]

Nesta tarde, durante a reunião da Comissão, Rezende afirmou que teria feito um “check-list” para conferir toda a documentação exigida e chegou a questionar se os colegas não teriam retirado alguns documentos para prejudicá-lo. Depois da situação, diversos deputados interferiram, à favor e contra.

Quem também desistiu da corrida foi o deputado Dilmar Dal’Bosco, líder do governo na Casa. Com a mesma justificativa do colega parlamentar, Dilmar disse ter ficado triste com a notícia do indeferimento em razão da falta de um reconhecimento de firma em uma das documentações entregues.

“A reflexão que eu fiz é que a própria Assembleia não reconhece a fé pública de um membro”, disse. “Fico triste que a assinatura do deputado serve para qualquer coisa, mas não serve para a comissão”.

Ao discursar, o parlamentar agradeceu a indicação do deputado Romoaldo Junior (MDB), mas ratificou a decisão de retirar a candidatura. ‘Só a indicação já me engrandece muito”, comentou.

A vaga

Liberada há menos de um mês, a cadeira pleiteada pelos deputados está vaga há pelo menos quatro anos, quando o ex-conselheiro Humberto Bosaipo renunciou do cargo. Desde então, foi alvo de judicialização. O posto de conselheiro deixado por ele apenas foi liberado no início deste mês, pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Pela legislação, o Pleno do Tribunal de Contas do Estado (TCE) é composto por sete cadeiras, sendo quatro delas ocupadas por membros indicados pelo Poder Legislativo e três pelo Poder Executivo. Como Bosaipo havia sido indicado na cota do Legislativo, a prerrogativa da indicação é do Parlamento.

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