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Com um desaparecido a cada 5 horas, número de registros em MT sobe 11%

Variação estadual superou a média nacional, que fechou em 3,2% de 2020 para 2021

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Com um desaparecido a cada 5 horas, número de registros em MT sobe 11%
(Foto: Ron Lach / Pexels)

Com um desaparecido a cada 5 horas, o número de registros em MT subiu 11,8% de 2020 para 2021. No ano passado, foram contabilizados 1.914 ocorrências do tipo, enquanto que no ano anterior foram 1.692 casos. Dessa forma, o Estado saiu de 4 para 5 pessoas desaparecidas diariamente.

A variação estadual está acima da contabilizada em todo o país, que ficou em 3,2%, ao sair de 62.913, em 2020, para 65.225 desaparecidos no Brasil em 2021. Os dados foram contabilizados no Anuário Brasileiro de Segurança Pública – Edição 2022.

MT se destaca ainda nas análises de número de desaparecidos a cada 100 mil pessoas. O Estado tem a quarta maior taxa do país, com 53 casos dentro desse recorte. O primeiro lugar é ocupado pelo Distrito Federal com 67,2 registros, a segunda posição no ranking ficou com o Rio Grande do Sul (55,6), seguido de Rondônia (54,2).

Quem é considerado desaparecido?

O levantamento pontua que a lei 13.812 de 2019, que instituiu a Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas e criou o Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas, define como desaparecido “todo ser humano cujo paradeiro é desconhecido, não importando a causa de seu desaparecimento, até que sua recuperação e identificação tenham sido confirmadas por vias físicas ou científicas”.

O Anuário frisa que esse desaparecimento pode ser motivado pelas mais diferentes causas, ou seja, pode ser de forma voluntária ou resultado de ação de outras pessoas, o conhecido como “forçado”, tendo registros vinculado inclusive a crimes. Conforme o levantamento, esse tipo de situação “torna a compreensão destes números um desafio muito complexo”, frisa.

Questionamentos que persistem

O documento destaca que, apesar do compilado, há ainda questões a serem analisadas com relação ao tema desaparecimento.

Um dos apontamentos feitos pela análise é o provável subdimensionamento dos dados, isso porque há Estados com altas taxas de mortes violentas, mas poucos registros de desaparecidos. Essa situação resulta em uma dificuldade em construir um cenário mais certeiro quanto ao tema no País.

Até mesmo os casos que possuem registros, muitas vezes, por conta das poucas informações ou detalhamentos, não permitem uma análise qualitativa sobre essas causas do desaparecimento.

Desaparecidos encontrados

O Anuário indica ainda uma precariedade nos dados com relação aos registros de pessoas encontradas.

“Isto porque, a partir das informações enviadas pelos estados, não temos como saber se as pessoas localizadas tinham sido dadas como desaparecidas previamente; se foram localizadas vivas ou mortas; a que ano se refere o seu desaparecimento; e tampouco se a localização do desaparecido se deu em decorrência da ação Estatal ou se foi fruto da ação de algum familiar”, frisa o documento.

No compilado de dados, Mato Grosso não apresentou o número de pessoas localizadas, assim como Bahia, Ceará, Espírito Santo e Roraima.

“Em suma, a magnitude dos dados de desaparecimentos de pessoas no Brasil revela a urgência de diagnósticos mais precisos sobre o problema e a implementação de uma política pública nacional, com informações centralizadas, um sistema de compartilhamento de dados e informações, protocolos e um canal permanente de diálogo com os familiares de pessoas desaparecidas”, conclui, citando o relatório do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) de 2021.

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