Mais de 22 mil empresas foram abertas em Mato Grosso no último quadrimestre. O número representa 10% do total de negócios ativos no Estado. Mas a alta pode ser reflexo das demissões durante a pandemia e o consequente desemprego de parte da população, que se vê obrigada a empreender para garantir a renda.
Segundo o economista do Sebrae Mato Grosso, Fábio Apolinário, são dois os motivos que influenciam a abertura de empresas: a necessidade e a oportunidade. Atualmente, o primeiro fator tem se sobressaído.
“É um dado importante porque estamos no meio de uma pandemia e era de se imaginar que os números estivessem em queda e não em alta. Com mais empresas abrindo do que fechando o que se imagina é que, provavelmente, muitas pessoas que perderam o emprego decidiram empreender”, analisa.
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A hipótese ganha força quando se analisa a lista das atividades econômicas que mais tiveram empresas abertas em novembro, no Brasil. Na relação, o comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios aparece em primeiro lugar, com 20.196 empresas abertas.
Logo depois está o de promoção de vendas (13.002); seguido de cabeleireiros, manicure e pedicure (11.180); obras de alvenaria (8.975); e fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para consumo domiciliar (8.662 empresas abertas).
Abri minha empresa, e agora?
Em 2020, o Sebrae atendeu 22 mil potenciais empresários – pessoas com interesse em montar o próprio negócio. Somente na pandemia, foram cerca de 15 mil interessados.
Apesar da positividade dos dados, o melhor conselho é a cautela, afirma Apolinário. “A alternativa de abrir uma empresa é uma boa saída, desde que haja planejamento. Montar um negócio envolve riscos”.
O ideal é analisar, entender o mercado a que se propõe e fazer um plano de negócios para melhorar a gestão. Se você já tiver aberto sua empresa, a dica é correr contra o tempo.
“Se ainda não há um planejamento, corra atrás, busque entender. O erro comum é achar que ao abrir uma empresa você terá menos trabalho. É justamente o contrário. Se não houver um estudo, há o risco de perder a economia que o empresário investiu no negócio”.