Ednilson Aguiar/O Livre
Quando há 22 anos saiu de Lorena, no interior de São Paulo, e chegou a Cuiabá, Aroldo Maciel não imaginou que sua vida mudaria de rumo. Em poucos anos, saiu da condição de mero operador de áudio em uma faculdade da capital para se tornar celebridade no Chile.
Aroldo previu ao menos oito dos doze últimos grandes terremotos do planeta. Na semana passada, acertou mais um, um tremor de 6 graus na escala Richter que sacudiu a região de Valparaíso, no Chile. Depois de mais essa previsão, Aroldo se transformou em um dos assuntos mais comentados no país. A hashtag #aroldosabe entrou para os “trending topics” do Twitter chileno.
Nesta terça-feira, Aroldo, que além de formado em Letras é especialista em Estatística e previsão de terremotos, é o convidado do programa O Livre, apresentado pelo jornalista Augusto Nunes. A última previsão de Aroldo foi citada durante a gravação do programa, que aconteceu em 21 de abril. “No final do dia 22 de abril vamos ter um evento tocando a costa Sul do Chile com magnitude igual ou superior a 5.5”, disse Aroldo no programa. O evento ocorreu dois dias depois, na segunda-feira, 24.
Aroldo conta, entre outros episódios curiosos, como uma conversa informal entre amigos que comentavam o terremoto ocorrido no Japão, em 2011, o levou a mergulhar no universo da sismologia. Aroldo procurou na internet arquivos com informações relacionadas a todos os terremotos que atingiram a Terra desde que se tem registro. A partir de um calhamaço de arquivos, descobriu padrões na ocorrência dos tremores. “A ciência fala em um ciclo de ocorrência de terremotos”, diz Aroldo. “Fui buscar na estatística de quanto em quanto tempo existe essa repetição”.
O especialista também narra como conseguiu convencer o professor George Sand França, do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (Obsis-Unb), de que sua teoria funcionava. O encontro entre ambos resultou na publicação, em um congresso de geofísicos na Califórnia, de um artigo científico que pela primeira vez na história abordou a existência de um padrão na ocorrência de terremotos.
Entre outros assuntos, Aroldo também comentou a estreia do documentário “Sísmico”, do cineasta mato-grossense Severino Neto, filme do qual é protagonista. Com participação dos jornalistas Bruno Abbud e Gabriele Schimanoski, a entrevista vai ao ar às 19h25, na Band Mato Grosso – TV Cidade Verde.
