Dez postos do Programa Saúde da Família (PSF) estão sem atendimento em Cuiabá por falta de médicos. A prefeitura diz que cerca de 10 mil pessoas são atendidas por dia na atenção básica do Sistema Único de Saúde (SUS) composta por 60 postos.
O prefeito Emanuel Pinheiro disse na live dessa terça-feira (25) que os médicos estão de saída dos PSFs ou não têm aceitado os contratos ofertados pelo SUS, com maior carga horário de trabalho e o mesmo salário.
“Antes, eram dois médicos em cada PSF; um trabalhava quatro horas de manhã e outro, quatro horas à tarde. Agora, é apenas um médico trabalhando oito horas por dia. Isso foi alterado pela [instrução] normativa 19 do Ministério da Saúde, que, para limitar gastos na atenção básica, não aceita mais dois médicos por PSF”, afirmou.
Segundo ele, 134 pessoas foram convocadas da última seletiva simplificada da Secretaria do Município de Saúde (SMS) com a proposta de trabalhar na atenção básica do SUS. Apenas 6 aceitaram iniciar a rotina de trabalho e, dessas, 2 foram contratadas.
“Não está sendo atrativo para os médicos ir para o SUS. Antes, eles podiam trabalhar meio período na rede pública e no outro, trabalhar em outro lugar para ganhar mais. Muitos querem sair da atenção básica”, pontuou.
O prefeito disse que a solução paliativa a ser adotada é transferir pacientes para os postos mais próximos na região com unidades sem médico e tentar contratar profissionais via pessoa jurídica (terceirização). As medidas devem ser necessárias até a realização do concurso público previsto para o fim de janeiro.
A instrução normativa 19 foi baixada em março de 2020 pelo Ministério da Saúde, época do início da pandemia do novo coronavírus. Ela estabelece regras de prevenção ao contágio pelo vírus.
