O senador Jayme Campos (DEM) expôs que seu partido está dividido e que o governador Mauro Mendes deve liderar um grupo que vai apoiar a candidatura do senador interino Carlos Fávaro (PSD) na eleição suplementar deste ano.
A afirmação foi feita na tarde desta segunda-feira (17), quando Jayme e outros democratas anunciavam apoio ao projeto do ex-deputado federal Nilson Leitão (PSDB) ao mesmo cargo.
E não é só isso. O Democratas ainda tem uma terceira corrente, composta pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (DEM), que pediu liberdade para apoiar o vice-governador Otaviano Pivetta (PDT), também pré-candidato ao Senado.
Durante coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira (17), Jayme afirmou que já no primeiro momento da eleição suplementar – prevista inicialmente para abril -, o governador teria afirmado ser “impossível apoiar Júlio Campos, porque tinha o vice-governador – que é seu amigo pessoal – como candidato e o Fávaro, como segunda opção”.
Segundo Jayme, Júlio Campos – oficializado como primeiro suplente de Leitão – seria a terceira opção de Mauro Mendes na eleição suplementar, transferida para novembro deste ano por conta da pandemia.
De fato, Mauro Mendes sempre se demonstrou reticente em declarar apoio ao colega de partido. Chegou a afirmar publicamente que possuía uma dívida – de apoio político – com Fávaro, referente às eleições em 2018.
Ao tratar sobre o assunto, Jayme declarou em tom exaltado que a dissonância no DEM deve ser tratada na convenção estadual, a ser realizada no início do próximo mês.
Por outro lado, o senador foi taxativo ao afirmar que ninguém tem autoridade para cobrar nada dele sobre lealdade política. “Sou leal a quem é leal a mim”, disse, deixando clara sua posição nestas eleições.
Mudança de planos
Com a chegada da pandemia em março, a conjuntura política que se desenhava antes da eleição suplementar de abril se desfez. Júlio desistiu da candidatura própria e passou a compor com Nilson Leitão.
Mauro Mendes, segundo explicou Júlio Campos, também teria desistido de apoiar Pivetta, agora vai liderar apoio a Carlos Fávaro.
Apesar do partido não entrar em um consenso, o ex-governador afirma que não há “rachas” e que a “maioria absoluta” entre os pouco mais de 100 votantes na convenção partidária deverá apoiar a composição do DEM com o PSDB e o PL em torno de Nilson Leitão.