A candidata a senadora Selma Arruda (PSL) anunciou, nesta sexta-feira (31), o rompimento com a aliança pela qual disputa a eleição. Ela entrou em rota de colisão com o PSDB, principalmente com o candidato tucano ao Senado, Nilson Leitão, e decidiu tocar sua campanha separada do restante da coligação, que tem Pedro Taques (PSDB) como candidato ao governo. Selma se disse boicotada por Leitão, a quem acusou de fazer um “jogo rasteiro” e desleal.

“Ao escolher o partido para me filiar, meu primeiro compromisso foi com a candidatura de Bolsonaro a presidente. Ao coligar, eu e meu partido optamos pela coligação que nos pareceu mais correta. Porém, bastou oficializar a aliança com o PSDB, para demonstrar que não havia reciprocidade ética. Sofri todo tipo de boicote do candidato a senador Nilson Leitão”, afirmou a candidata.

No conflito mais recente, os partidos aliados decidiram que ela teria metade do tempo destinado a Leitão no programa eleitoral no rádio e na TV, em função de o PSDB ter o maior tempo entre as siglas da coligação, 42 segundos. Selma e o PSL cobravam uma divisão igualitária do tempo de programa, apesar de o PSL ter apenas 7 segundos.

Ela disse ainda que ficou apenas com “migalhas” da propaganda eleitoral no rádio e na TV, e tachou de esdrúxulo o argumento de que o PSDB não poderia ceder tempo à campanha de Bolsonaro. A candidata afirmou que formou a coligação apenas para ajudar na campanha de Bolsonaro.

Selma citou ainda as delações do empresário Alan Malouf e do ex-secretário de Estado de Educação (Seduc) Permínio Pinto (PSDB), na Operação Rêmora, que investiga corrupção em obras de escolas no governo de Taques.

“Nos últimos dias graves fatos foram anunciados pela imprensa nacional, em delações homologadas de Permínio e Alan. Não tenho condição e disposição de permanecer no mesmo palanque. Vou tocar a campanha de forma independente, com pessoas que estão acompanhando meu projeto. Por lealdade aos meus princípios, a Bolsonaro e ao povo de Mato Grosso”, declarou.

Lembrando a trajetória como juíza que condenou réus por corrupção, ela disse que se sente desconfortável em dividir o palanque com pessoas envolvidas em escândalos de corrupção.

A candidata disse que o rompimento é uma decisão pessoal, e não do partido. Afirmou, ainda, que não apoiará nenhum outro candidato ao Senado ou ao governo, e pedirá votos apenas para os candidatos a deputado do PSL, além de Bolsonaro.

Ausência de Victorio Galli

O vice-presidente do PSL em Mato Grosso, Nelson Barbudo, criticou o presidente do partido, o deputado federal Victorio Galli, por não participar da entrevista coletiva. “Considero deselegante ele não estar aqui no momento que ela anunciar que tocará a campanha independente”, declarou.

“O PSL não quer discutir briga de bastidores com candidatos. O PSL está do lado de quem prende e não do lado de quem rouba”, completou Barbudo, que é candidato a deputado federal.

Polêmicas

No dia 26 de julho, antes mesmo das convenções, Selma Arruda publicou um vídeo ao vivo em sua página do Facebook dizendo aos seus eleitores que eles não precisavam votar em seus aliados. “Aquele que acredita na Selma e não acredita em A ou B que está na coligação, pode, perfeitamente, votar em outro governador, outro deputado federal ou outro senador”, disse.

Na sabatina do LIVRE realizada na quinta-feira passada (23), também transmitida pelo Facebook, Selma chegou a pedir votos para o Procurador Mauro (PSOL), e afirmou que pede votos para Leitão apenas “por força da coligação”.

Em seu primeiro programa eleitoral, nesta sexta, Selma lançou indiretas ao fato de ter tido apenas metade do tempo do colega de chapa. “Acesse minha página no Facebook e saiba porque não querem que conheçam as minhas propostas e de Jair Bolsonaro”, disse, referindo-se à transmissão ao vivo que fez durante a tarde.

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