O agronegócio começa a ser afetado pelas mudanças econômicas geradas pela guerra entre Rússia e Ucrânia. A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Mato Grosso (Fecomércio-MT) divulgou alta de 5,8% no preço dos fertilizantes. E a avaliação é que o produto chegue a faltar, se o conflito se estender.
“Além de perdas humanas, a guerra traz impacto nas economias mundiais, para o Brasil e, especialmente, para Mato Grosso. Isso se deve sobretudo pela sua potência agrícola, que é dependente de fertilizantes russos, tendo o potássio como principal insumo para as lavouras”, disse o presidente da federação, José Wenceslau Junior.
Outros setores que deverão sofrer impacto da guerra são o de combustíveis e o da produção de trigo. O primeiro está afetado pela instabilidade no mercado mundial, com alta na cotação do barril do petróleo, e o segundo está ligado mais diretamente aos países em guerras que estão dentre os cinco maiores produtores do cereal.
Reação em cadeia
A Fecomércio divulgou nesta quarta-feira (3) a previsão de reflexo negativo também no comércio. A avaliação do empresário José Wenceslau Júnior é que a economia mundial poderá ter uma “reação em cadeia”. No caso do comércio, pela dependência da negociação de commodities.
“Costumo dizer, inclusive, que se o agro vai bem, o comércio vai bem, se o agro vai mal, os outros setores produtivos sofrem prejuízos”, afirmou.
Uma semana antes da invasão da Rússia à Ucrânia, o presidente Jair Bolsonaro fora à Rússia para tentar negociar a compra de fertilizantes, que subiram no ano passado por causa da paralisação nos meses mais graves da pandemia.
Segundo a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, o país tem estoque do produto garantido até outubro.