O ex-secretário de Estado de Educação Permínio Pinto, preso em 2016 por operar um esquema de direcionamento de licitação e desvio de dinheiro de obras de escolas em Mato Grosso, teve sua delação premiada homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), na qual afirma que fez tudo com a anuência – e até o incentivo – do governador Pedro Taques (PSDB). O objetivo dos desvios seria pagar dívidas da campanha eleitoral de 2014.
A informação foi divulgada em reportagem do jornal Folha de S. Paulo desta terça-feira (28), segundo a qual Permínio Pinto teria mensagens do governador pedindo para ele “facilitar licitações”.
[featured_paragraph]A narração de Permínio Pinto se junta agora à do empresário Alan Malouf, que também teve sua colaboração premiada homologada pelo Supremo. As duas delações foram homologadas pelo ministro Marco Aurélio de Mello.[/featured_paragraph]
Ambos acusam Pedro Taques de participação no esquema que resultou na Operação Rêmora, do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco-MPE/MT).
De acordo com as investigações, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) direcionava e superfaturava as licitações para que empresas que integravam o esquema se sagrassem vencedoras. Em troca, elas devolviam parte do lucro para o ex-secretário, para Malouf e servidores da Seduc.
Operação Rêmora
Segundo o Gaeco, R$ 56 milhões em obras da Seduc estavam na mira da quadrilha. Como o esquema foi desbaratado no início, o governo estima que cerca de R$ 400 mil foram desviados.
O governador Pedro Taques nega todas as acusações. “Segundo ele, todas as movimentações financeiras da campanha de 2014 foram registradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral”, diz a reportagem da Folha.
“O deputado federal Nilson Leitão (PSDB)” – também acusado por Permínio – “disse deixar à disposição da Justiça a quebra de seu sigilo e ressaltou que ao longo de toda sua vida pública nunca solicitou recursos ilícitos ou pediu para que alguém o fizesse em meu nome”.