Trabalhadores que dependem de combustível, como os motoristas de aplicativos, começaram a tomar uma medida desesperadora para garantir seu “ganha pão”. Com a iminente falta de combustível em Mato Grosso, os motoristas estão fazendo filas em postos e abastecendo galões para não correr risco de ficar sem rodar.
O LIVRE esteve em um posto da Fernando Corrêa da Costa, próximo à Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), e conversou com um motorista que afirmou já estar se preparando para socorrer amigos e não deixar de trabalhar, ele (na foto acima) estava abastecendo vários galões.
O frentista do posto disse ao LIVRE que o estoque de álcool do local irá acabar, no máximo, na tarde desta quinta-feira (24), o trabalhador relatou acreditar que a falta de combustível gerará “um caos” na Capital.
O Sindicado do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis de Mato Grosso (Sindipetróleo) emitiu uma nota confirmando que em algumas cidades do interior já há falta de combustível. Segundo o sindicato, em Cuiabá alguns revendedores informaram que ainda hoje o estoque poderá esgotar.
“Não há como apurar a quantidade de postos paralisados, uma vez que existem mil empresas do setor em todo o Estado com capacidades volumétricas (tancagens) diferentes, mas há confirmações de postos sem produtos em Tapurah, Primavera do Leste, Nova Xavantina, Diamantino e Juína”, diz a nota.
Conforme o sindicato, o abastecimento nos pontos do Estado está comprometido por causa da greve dos caminhoneiros. E, por causa da falta em alguns estabelecimentos, há um aumento de demanda em outros, fazendo com o que o estoque se esgote antes do previsto, que era entre a sexta-feira (25) e o sábado (26).
“Em Sorriso, por exemplo, há um posto com fila de veículos e o abastecimento só vai durar por mais uma hora”, disse o presidente.
O Sindipetróleo afirmou que Mato Grosso pode chegar ao total desabastecimento caso a greve continue.
Ao todo, Mato Grosso possui 25 pontos de bloqueios em rodovias nessa quinta-feira (14) – confira relação de pontos ao final.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) está monitorando as manifestações desde a segunda-feira (21), quando os protestos tiveram início. Os caminhões que promovem os bloqueios foram retirados da rodovia e colocados às margens da BRs. Os protestos têm acontecido de forma pacífica.
“É importante frisar que o Código de Trânsito Brasileiro [CTB] prevê uma multa no valor de R$ 3.800,00 para condutores que usam qualquer veículo para, deliberadamente, interromper, restringir, ou perturbar a circulação na via sem autorização do órgão com circunscrição sobre ela. A infração é gravíssima e prevê também a suspensão do direito de dirigir”, afirmou a PRF em nota.
Pontos de concentração de caminhoneiros nas rodovias do Mato Grosso:
- BR-070, km 504, em Cuiabá
- BR-364, km 398, em Cuiabá
- BR-364, km 200, em Rondonópolis
- BR-163, km 119, em Rondonópolis
- Br-364. Km 613, em Diamantino
- BR-163, km 593, em Nova Mutum
- BR-070, km 276, em Primavera do Leste
- BR-070, km 282, em Primavera do Leste
- BR-070, km 376, em Campo Verde
- BR-070, km 383, em Campo Verde
- BR-163, km 691, em Lucas do Rio Verde
- BR-163, km 821, em Sinop
- BR-163, km 746, em Sorriso
- BR-163, km 1065, em Guarantã do Norte
- BR-174, km 288, em Pontes e Lacerda
- BR-364, km 1191, em Campos de Júlio
- BR-364, km 1120, em Sapezal
- BR-174, km 488, em Comodoro
- BR-070, km 005, em Barra do Garças
- BR-070, km 008, em Barra do Garças
- BR-158, km 564, em Água Boa
- BR-364, km 878, em Campo Novo do Parecis
- BR 158, km 130, em Confresa
- BR-070, km 735, em Cáceres
- BR-163, km 750, em Sorriso