Mesmo em meio a instabilidade econômica, Mato Grosso está com 73.581 empresas abertas em 2021, segundo o Ministério da Economia. Assumir o risco não é fácil, mas vale a pena.
Bruna Zimermann sabe disso. Em 2019, a empresária planejava abrir uma nova loja, voltada para os produtos da “moda fast”, aquela que vem, explode e depois fica para trás quando outra tendência surge. A categoria é diferente da área à qual Bruna já estava habituada com a loja que tem em shopping da Capital.
Os preparativos para o novo empreendimento já estavam sendo realizados e a expectativa era abrir em 2020. Porém, com a pandemia do coronavírus, os planos precisaram ser adiados por mais de um ano.
A abertura foi em novembro de 2021 e a proposta também foi reformulada: a loja de vestuário feminino passou a ser online e não mais física. “Apliquei a prática que já era comum na minha outra loja também, o condicional, que é quando mandamos o produto para a casa do cliente, em Cuiabá, e ele faz a escolha”, explica Bruna. A empresária frisa que as vendas são feitas para todo Brasil.
Contudo, Bruna reconhece que teve dúvidas pairando antes desse novo passo. “Pensei que estávamos retornando à normalidade agora, me questionei se seria o momento certo”, conta. A decisão de arriscar foi acertada e, em seu primeiro mês, a loja não só atingiu a meta, mas ultrapassou as expectativas.
“Ainda tem muito espaço a ser conquistado, precisamos falar disso e incentivar as pessoas as empreenderem”, defende a empresária.
Desafio na pandemia
O ano de 2021 não foi de abertura do estabelecimento de Katiuscia de Castro Brito e Said Seabra, mas sim de uma retomada para o comércio criado em 2020, em meio a pandemia. O casal investiu em um estabelecimento de comida e Katiuscia conta que, no início acreditou que passaria apenas 15 dias com o comércio fechado. O período inclusive seria positivo, pois seria necessário para uma reforma. Porém, os dias foram passando e nada de abrir as portas.
Então, os empresários investiram de forma alternada: primeiro o delivery das refeições. A medida foi necessária para conseguir arcar com as despesas, principalmente, o aluguel do ponto comercial.
“Meu marido fazia as entregas, minha sogra a comida e eu no atendimento dos pedidos”, relata Katiuscia sobre a dinâmica de trabalho após precisar demitir três funcionários.
Agora, o negócio está de portas abertas e com delivery, mas o casal não esconde a preocupação com 2022. “O medo é de não conseguir manter o negócio, se fechar tudo de novo, não temos mais a quem recorrer”, diz Katiuscia.
Planos para o futuro
A mesma apreensão é apontada por José Carlos Ferreira de Arruda Júnior e Janara Silva dos Reis. O casal também abriu um estabelecimento em 2020, durante a pandemia, e precisou de adaptar.
Com um ano e meio de atividade, o negócio está há seis meses com a recepção de clientes permitida. Mas José comenta que os os insumos estão mais caros e esse custo não é totalmente repassado à clientela, há muita oscilação nos preços dos mantimentos e tem sido preciso fazer adaptações, tanto que neste ano o cardápio já vem com novidades.
Mesmo diante das preocupações e dificuldades, o casal se mantém firme, fazendo planos para o estabelecimento, como um evento que já vem sendo programado para março. “A questão é não parar de nadar para não morrer afogado, é preciso manter o negócio ativo”, diz José.