Consumo

Inflação de junho pesa mais para as famílias de maior renda

famílias de rendas mais baixas foram mais impactadas pelas altas dos alimentos, já as de maior renda tiveram maior pressão nos transportes

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Inflação de junho pesa mais para as famílias de maior renda
(Foto de Kampus Production / Pexel)

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou, na sexta-feira (15), os dados de junho do Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, que registrou variação entre 0,61% para o segmento de renda muito baixa e 0,98% para a classe de renda alta.

No acumulado deste ano, até junho, as taxas de inflação para essas duas faixas foram de 5,43% e 5,69%, respectivamente, conforme a tabela:

A intensidade das altas de preços em junho nos diferentes subgrupos ocorreu de modo distinto entre as faixas de renda. Enquanto as famílias de rendas mais baixas foram mais impactadas pelas altas do grupo “Alimentos”, as famílias de maior renda tiveram maior pressão inflacionária no grupo “Transportes”.

Mesmo com a queda nos preços dos tubérculos e legumes (-5,5%), das hortaliças (-3,8%) e das carnes (-0,6%), a pressão do grupo “Alimentos e bebidas” para as famílias de menor renda veio a partir dos reajustes dos derivados do trigo e do leite, como macarrão (1,9%), farinha de trigo (3%), pão francês (1,7%) e leite longa vida (10,7%), além dos aumentos do feijão (9,7%) e do frango em pedaços (1,7%).

Já a pressão nos grupos “Saúde e cuidados pessoais” e “Transportes” veio a partir das altas dos produtos farmacêuticos (0,61%) e de higiene (0,55%) e das tarifas de ônibus urbano (0,72%). Por outro lado, as quedas nos preços do gás de botijão (-0,40%) e da energia elétrica (-1,1%) contribuíram para amenizar a alta inflacionária das famílias de menor poder aquisitivo, dado o grande peso desses itens nas suas cestas de consumo.

De onde veio o aumento?

Para as famílias de renda mais alta, o impacto do aumento das passagens aéreas (11,3%), do seguro de veículos (4,2%) e dos automóveis novos (1,3%) anulou, inclusive, o alívio vindo das deflações da gasolina (-0,72%) e do etanol (-6,4%) no grupo “Transportes”.

Além disso, os reajustes de 1,3% da alimentação fora do domicílio e de 3% dos planos de saúde explicaram a influência desses segmentos na inflação para essas famílias, acrescidas, ainda que em menor intensidade, dos aumentos dos ingressos para boates (1,9%) e cinemas e teatros (1,5%) e dos pacotes turísticos (1,5%).

Menos inflação para quem é muito pobre

Ao se comparar os resultados de junho de 2022 com o mesmo período de 2021, nota-se que todas as classes registraram aceleração inflacionária, com exceção da faixa de renda muito baixa, que apontou recuo de 0,01 ponto percentual.

O destaque negativo foi para as famílias de renda alta, cuja inflação avançou de 0,36%, em 2021, para 0,98%, em 2022.

A desaceleração inflacionária para as famílias de menor renda partiu do desempenho do grupo “Habitação”, cujas deflações de 1,1% da energia elétrica e de 0,4% do gás de cozinha contrastaram com as altas de 2% e 1,6%, respectivamente, observadas em junho de 2021.

Para a faixa de renda mais alta, a inflação foi menor em junho de 2021 por conta do subgrupo “Transportes” e “Saúde e cuidados pessoais”. No primeiro caso, observou-se, no mesmo período de 2021, quedas de 5,6% das passagens aéreas e de 1,6% dos seguros de automóveis; e alta mais amena dos planos de saúde (0,67%), no segundo caso.

No acumulado em 12 meses, à exceção do segmento de renda muito baixa, cuja variação manteve-se praticamente estável (12,0%), todas as demais classes de renda registraram aceleração inflacionária na comparação com o mês de maio. Em termos absolutos, enquanto a faixa de renda média alta aponta a menor inflação acumulada em 12 meses (11,5%), todas as demais apresentaram taxas de variação muito próximas, em torno de 12%.

(Da Assessoria)

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