Duas escolas estaduais de Mato Grosso serão desativadas e outras cinco repassadas para a gestão municipal. Entre as razões, de acordo com a Secretaria de Estadual de Educação (Seduc), está a falta de alunos para estas unidades.
Entre as extintas, estão a Escola Estadual Nilo Póvoas, em Cuiabá, e a Escola Estadual Virgínio Nunes Ferraz, em Barão de Melgaço.
Secretário-adjunto executivo da Seduc, Alan Porto explica que no primeiro caso, o problema foi o número de matriculas, que ficou bem abaixo da ocupação mínima por sala, que é de 25 a 30 alunos.
O diagnóstico foi feito no ano passado e identificou casos em que a ocupação não chegou a 10 estudantes por turma.
O Nilo Póvoas, segundo Porto, está com déficit de matrícula há muito tempo. Recentemente, houve uma tentativa de tornar a unidade mais atrativa por meio do ensino integral, mas a estratégia não teve o retorno esperado.
Apesar de ter capacidade para 1,8 mil alunos, pouco mais de 100 fizeram a matrícula.
Vale lembrar que alguns recursos, como o de alimentação por exemplo, são encaminhados para as escolas conforme a quantidade de alunos, porém, as despesas fixas (luz, água, telefone, internet), além de manutenção e recursos humanos não.
Desta forma, gastava-se muito para atender poucos alunos e, justamente, em um momento em há escassez de recursos no governo.
Por que esvaziou?
Conforme a análise Porto, a redução na quantidade de alunos no Nilo Póvoas está relacionada com o crescimento da cidade.
Cuiabá recebeu novos loteamentos e construções habitacionais nas periferias e as pessoas que moravam na região da escola, que está no Centro da Capital, mudaram-se ou envelheceram.
Assim, como o Nilo Póvoas, o secretário-adjunto explica que outras unidades da área central podem ter o mesmo destino. Ele cita como exemplo a Escola Estadual Barão de Melgaço, que também teve uma redução de matrículas nos últimos anos.
Porto ainda esclarece que todos os anos é feito o redimensionamento da rede com objetivo de otimizar os recursos da Educação.
Este ano, o trabalho foi focado em transferir alunos alunos dos primeiros anos do ensino fundamental para o Município, já que a responsabilidade sobre a faixa etária é dele. Junto com os estudantes, o governo do Estado deve ceder também alguns prédios.
Outra mudança perceptível foi a inclusão dos últimos anos do ensino fundamental (7º, 8º e 9º ano) nas escolas de regime integral.
Isso aconteceu, de acordo com Porto, porque os alunos adolescentes, muitas vezes, têm atividades no contra turno, como ajudar nas tarefas de casa, cuidar dos irmãos mais novos e até mesmo trabalhar para contribuir com as despesas da casa.
Dessa forma, eles não conseguem se manter em uma escola em tempo integral e a solução encontrada pelo Seduc foi ampliar o atendimento aos mais novos, para suprir o déficit de alunos.
Veja o que muda na rede
Cuiabá
A Escola Nilo Póvoas será fechada e os alunos encaminhados para a Escola Estadual Antônio Epaminonas, que fica a poucos metros.
Para o atual prédio do Nilo Póvoas, o planejamento da Seduc prevê a criação de um centro de referência, como atendimentos especializado e de setores que hoje estão em prédios alugados.
A Escola Integral Rafael Rueda, no Pedra 90, será ampliada e passará a atender alunos do 7º, 8º e 9º ano do ensino fundamental. Hoje, a unidade tem apenas ensino médio.
Várzea Grande
A Escola Estadual Integral Honório Rodrigues de Amorim vai passar a atender também o 7º, 8º e 9º ano do ensino fundamental.
Barão de Melgaço
Na cidade, há duas escolas que funcionam em prédios deficientes e ambas vão ocupar uma nova construção, que será entregue nos próximos dias.
A fusão foi discutida com a comunidade escolar, que optou por manter o nome da escola Coronel Antônio Paes de Barros. Assim, a Escola Estadual Virgínio Nunes Ferraz será oficialmente desativada.
Barra do Bugres
Haverá o repasse de 650 alunos do 1º ao 5º anos para o Município. Os estudantes são das escolas João Catarino de Souza (189), Evangélica Assembleia de Deus (353) e João de Campos Borges (108).
Segundo o governo, não haverá prejuízo aos professores porque a Seduc está firmando um Termo de Cooperação Técnica para o aproveitamento da mão-de-obra.
Jaciara
A Escola Estadual Integral Antonio Ferreira também vai ampliar seu serviço, passando a ter turmas o 7º, 8º e 9º ano do ensino fundamental.
Jauru
A Escola Estadual Francisco Salazar passará 371 alunos das séries iniciais para o Município.
Paranatinga
A Escola Estadual Integral Apolônio de Melo vai ampliar a atuação para o 7º, 8º e 9º ano do ensino fundamental.
Rondonópolis
O mesmo vai acontecer no caso da Escola Estadual Integral Silvestre Gomes.
Rosário Oeste
A Escola do Campo Bendita de Almeida vai repassar 51 alunos dos primeiros anos do ensino fundamental para o Município.
Na área urbana, a Escola Estadual Marechal Rondon fará o repasse de 83 alunos.
Sorriso
A Escola Estadual Integral Mario Spinelli vai ampliar o atendimento para o 7º, 8º e 9º ano do ensino fundamental e ainda receber os alunos do Ceja Arão Gomes Bezerra, que hoje está acomodado em um prédio no Centro da Cidade.
A Seduc pretende leiloar o terreno do centro e, com o dinheiro, construir outras duas escolas na periferia da cidade, onde há mais demanda.
A área central está ocupada pelo comércio e já não tem público para preencher as vaga.
Tangará da Serra
As três escolas do campo serão repassadas com prédio e toda infraestrutura para o Município. A Marechal Rondon, Claudio Aparecido e Ernesto Che Guevara serão integralmente transferidas.
Os servidores continuarão atuando por meio de um Termo de Cooperação Técnica.
Na área urbana, a Escola Estadual Laura Vieira de Souza também será repassada ao Município, inclusive com o contrato de locação do prédio.