Quem pensou em aproveitar o “frio histórico” em Chapada dos Guimarães (65 km de Cuiabá) e não fez reserva antecipada, perdeu a oportunidade. Segundo donos de pousadas, hostel e hospedarias ouvidos pelo LIVRE, a procura aumentou e as reservas para o sábado (22) já estão todas fechadas. A temperatura mínima nesse dia deve atingir 2°C.
Mas embora o frio tenha aquecido o movimento no setor hoteleiro da cidade, ele não é o único fator. Cercada de cachoeiras – que podem ser visitadas o ano todo – Chapada voltou a receber mais turistas há pelo menos três finais de semana.
Um volume de pessoas que ainda não é o ideal, mas se aproxima do registrado antes da pandemia do novo coronavírus.
“Ainda está parado, vou ser realista. Não voltou ao normal, mas já é um bom recomeço. Para setembro, por exemplo, já temos grande parte dos quartos reservados”, conta otimista o gerente de uma pousada.
A baixa procura afeta o lucro, mas facilita o cumprimento de medidas de biossegurança, como salienta o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Mato Grosso (ABIH-MT), Jack Abboudi.
“Com o número de vagas maior, é possível, por exemplo, que o quarto fique de quarentena depois que o hóspede deixa o local. Esse rodízio de biossegurança fica mais fácil”.
A previsão, porém, é que o setor ganhe fôlego com o decreto do governo que autoriza a realização de eventos, mesmo que com capacidade reduzida.
LEIA TAMBÉM
E a retomada que anima, ao mesmo tempo, assusta o setor. Uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas aponta que, devem ser necessários entre 12 e 18 meses para o reequilíbrio das atividades turísticas no país. Isso após uma interrupção de somente três meses no setor de viagens.
De acordo com a Associação Brasileira de Indústrias de Hotéis Nacionais (ABIH), o interior de Mato Grosso tem registrado números melhores que a Capital.
O funcionamento do agronegócio é o que tem mantido o nível de ocupação entorno dos 30% das vagas disponíveis. Em Cuiabá, esse percentual gira em torno de 20%.