O ex-secretário de Saúde de Cuiabá Huark Douglas Correa e o empresário Fábio Liberali Weissheimer, que estavam presos desde o dia 18 deste mês, acusados de fraudes em licitação, foram soltos pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).
A decisão de liberar os dois suspeitos foi da desembargadora Antônia Siqueira Gonçalves. A magistrada atendeu ao pedido dos advogados de defesa deles, que solicitaram extensão do habeas corpus concedido ao médico Luciano Correa Ribeiro.
O médico estava preso sob a mesma acusação e logo depois solto pela Justiça. A liberdade dele ocorreu pelo fato de não ter apresentado resistência à buscas e apreensões, além de ter colaborado com as investigações.
“Verifico que os requerentes estão em situação semelhante à de Luciano Correa Ribeiro, pois foram indiciados pelas mesmas práticas delitivas, tiveram decretada a prisão preventiva por idêntica fundamentação. […] ao menos numa análise superficial, não demonstram intento de frustrar as apurações investigativas, tanto que colaboraram com a autoridade policial ao delatar comparsas e confessar a prática delitiva”, conforme trecho da decisão.
Os suspeitos foram presos dia 18 deste mês durante a segunda fase da “Operação Sangria”, que investiga supostas fraudes em licitações para beneficiar empresas da área de prestação de serviços médicos em contratos com a Secretaria Municipal de Saúde e com o Estado de Mato Grosso.
A desembargadora determinou ao ex-secretário e ao empresário, soltos nesta sexta-feira (28), que não seja feito contato com os outros suspeitos e testemunhas da investigação. A magistrada proibiu também que eles compareçam às sedes das empresas envolvidas e das Secretarias Municipal e Estadual de Saúde.
Os suspeitos estão obrigados a comparecer aos atos processuais e estão proibidos de sair de Cuiabá sem autorização da Justiça.
Sangria 2
A operação Sangria 2 é um desdobramento do cumprimento de onze mandados de busca e apreensão expedidos pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá no dia 4 de dezembro. O objetivo é apurar supostas irregularidades em licitações e contratos firmados com as empresas Proclin (Sociedade Mato-Grossense de Assistência Médica em Medicina Interna), Qualycare (Serviços de Saúde e Atendimento Domiciliar LTDA) e a Prox Participações, firmados com o município de Cuiabá e o Estado.
Conforme a Polícia Civil, o setor administrativo do Hospital São Benedito e a Secretaria Municipal de Saúde também foram vasculhados pelos policiais civis.
Na última sexta-feira (14), um segundo inquérito policial foi instaurado, depois que a Polícia Civil detectou que, supostamente, os investigados estariam obstruindo o trabalho da Justiça, destruindo provas e até coagindo testemunhas. Consta, ainda, que também estariam usando de força política para atrapalhar o levantamento de informações, segundo a delegada titular da Defaz, Maria Alice Barros Martins Amorim.
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