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“Eu era extorquido pelos deputados estaduais”, afirma Silval Barbosa

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“Eu era extorquido pelos deputados estaduais”, afirma Silval Barbosa

Ednilson Aguiar/O Livre

Silval Barbosa CPI do Paletó

Silval na CPI do Paletó: ele diz que pressão por pagamento de “acordo” era grande por parte dos deputados estaduais

O ex-governador Silval começou há pouco a depor na CPI do Paletó, na Câmara Municipal de Cuiabá – que investiga a quebra de decoro do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). Silval entregou uma cópia de seu acordo de delação premiada – homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Silval disse que os deputados estaduais chegavam a debater em reunião de colegiado como iriam fazer para extorqui-lo.

Ele disse que as imagens que entregou como prova em sua delação não eram pagamento de “mensalinho”. Ele disse que também havia mensalinho, mas naquele caso era propina de empreiteiras do programa de obras da Copa de 2014, “MT Integrado” e outras.

“Aquelas imagens eram um acordo de extorsão de várias obras que estavam acontecendo no estado, como Prodetur, MT Integrado e da Copa. Quando começou a chegar o dinheiro daquelas obras, começou a extorsão. Para não paralisar as obras da Copa eu tive que fazer a opção entre ceder ou parar as obras e correr o risco de nem ter Copa”, disse. Ele afirmou que o acordo foi de 600 mil.
Silval relatou que chegou a barganhar e ofereceu R$ 400 mil a cada deputado – mas que o “acordo” acabou ficando em R$ 600 mil.

Adevair Cabral, relator da CPI, perguntou se os deputados ameaçaram com CPI. “Eu nunca vi tanta comissão como as que criaram para fiscalizar as obras da Copa na Assembleia. Até na Câmara Municipal tinha comissão para fiscalizar as obras da Copa”, disse Silval. “Não deu para concluir as obras por falta de recurso e muita gente atrapalhando, o que atrasou as obras. Era TCE atrapalhando, Dnit ficou um ano sem fazer repasse, e só foi liberado depois que eu cedi à extorsão e paguei R$ 2 milhões”.

Ele disse que, ao pedir propina para os empresários, dizia que era pra pagar dívidas de campanha. Silval disse que ele mesmo fazia o contato com os empresários e Valdisio Viriato recebia. “Era tanta pressão que o Silvio não aguentou mais e chegou ao ponto de gravar.”

Silvio tinha o controle e a lista dos deputados que recebiam a propina. Silval citou a lista de deputados que receberiam propina – entre eles o nome de Emanuel Pinheiro.

“A maioria recebeu entre 70 e 80% do valor combinado de R$ 600 mil. Mas alguns receberam tudo, como a Luciane Bezerra [ex-deputada e atual prefeita de Juara], que recebeu até a mais”, afirmou.

O pagamento da propina não foi feito integralmente em função dos atrasos nos recebimentos das medições das obras.

Silval relatou pressão dos deputados quando os pagamentos atrasaram. “Inclusive Emanuel Pinheiro”. Eles marcavam audiência com o governador e a pauta principal era o atraso.

Ele disse que Luciane Bezerra chegou a brigar com Silvio e se recusou a tratar com ele, então começou a receber do ex-secretário Pedro Nadaf.

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