Uma semana após o massacre em Parkland, Flórida (EUA) onde um ex-aluno expulso por indisciplina abriu fogo contra ex-colegas da escola Stoneman Douglas, deixando pelo menos 17 mortos e 15 feridos, o presidente americano Donald Trump deu sua opinião sobre os fatores que levaram à tragédia e afirmou que a violência encontrada nos jogos eletrônicos e nos filmes podem estar incentivando esses episódios de violência que vêm acontecendo no país com frequência.
“Eu estou ouvindo cada vez mais, de algumas pessoas, que games estão muito violentos, e isso afeta a cabeça das crianças”, disse o presidente em reunião com a Procuradora Geral da Flórida, Pam Bondi. “E, depois dos games, filmes também” concluiu o presidente republicano.
“Você vê estes filmes, e eles são tão violentos mas uma criança pode assistir a eles se não tem sexo envolvido, mas assassinato é envolvido e talvez nós precisamos colocar um sistema de classificação indicativa para isso.” Atualmente as organizações MPAA e ESRB são as responsáveis pelas classificações indicativas de filmes e games, respectivamente, nos EUA. As instituições são separadas do governo para não haver o risco de censura política e utilizam diversos critérios de controle para suas avaliações.
Rockstar Games / Reprodução
Um dos jogos mais famosos do mundo, em GTA você pode fazer o que quiser dentro de um mundo virtual, desde assaltos, assassinatos e grandes roubos. O jogo é sucesso de venda e seu último volume rendeu US$ 3 bilhões aos cofres da Rockstar.
Ativistas apontam que em outros países onde existe o consumo desses mesmos produtos – considerados violentos – não existe o mesmo volume de crimes letais com armas quando comparados com os EUA – a diferença seria a facilidade na compra de armas de fogo de alta capacidade em solo americano.
Os comentários de Trump vem horas após seu apoio explícito à NRA – o maior lobby em favor de armas dos EUA – e de sugerir que uma solução para a crise de violências nas escolas americanas seria resolvida se professores começassem a vir para as salas de aula armados. O presidente apontou através de seu Twitter que tornar as escolas uma “zona-livre de armas” seria como “ir tomar sorvete” para atiradores que cometem esses atentados e que com sua estratégia “OS ATAQUES IRIAM ACABAR!” (sic)
“Técnicos e Professores altamente treinados e adaptados a armas resolveria o problema instantaneamente, antes da polícia chegar” concluiu o presidente em outro tweet.