O gabinete de intervenção listou 60 ações para mitigar os problemas de atendimento na Saúde em Cuiabá. A maioria está no prazo de 90 dias que o gabinete tem autorização para trabalhar na Secretaria de Saúde e na Empresa Cuiabana de Saúde Pública (ECSP), outras extrapolam esse tempo.
A interventora Danielle Carmona Bertucini entregou esta semana ao desembargador Orlando Perri o plano de intervenção. O documento está montado com base nos problemas que o Órgão Especial identificou como mais urgentes: solucionar a falta de médicos, suprir estoque de medicamentos e reduzir a fila para exames e cirurgias.
A interventora listou 9 situações de urgências na Saúde, as principais são:
- Falta de medicamento
- Falta de médicos e cirurgiões dentistas
- Paralisação dos serviços de raio-X em UPAs e policlínicas desde outubro
- Excesso de pessoas contratadas em algumas unidades
- Demora sem justificativa para a entrega de diagnóstico de exames
- Atraso no pagamento de servidores
- Reduzir a fila para exames e cirurgias
Até a data em que o plano foi entregue ao desembargador, 31 ações haviam sido executadas ou estavam em andamento, conforme o gabinete. O tempo para as demais começa a contar na segunda-feira (10).
Dívidas com empresas
Na lista, estão negociações com fornecedores e prestadores de serviços ao SUS em Cuiabá. A interventora disse ontem (5) que as empresas cobram o pagamento de meses atrasados e garantia de que receberão nos meses de trabalho do gabinete.
A dívida reconhecida pela Prefeitura de Cuiabá está em R$ 345 milhões, somente de sobras do ano passado. O primeiro trimestre deste ano já acumula déficit na entrada de dinheiro no caixa da Saúde, ou seja, contas atrasaram.
A interventora disse que a incapacidade financeira da saúde é o principal problema para trabalhar neste momento na intervenção.
Cronograma
O prazo de intervenção completou 20 dias nesta semana, restando 70 para o fim do tempo dado pelo Órgão Especial. As ações identificadas como urgentes se encaixam nesse intervalo, com variação até de 70 dias para o início. Porém, mais de 10 têm previsão de 90 a 180 para implantação – algumas estão subdivididas.
Diversas medidas passam pela situação financeira da Saúde. O gabinete analisa a quantidade de pessoas em trabalho. A avaliação inicial é que existe excesso de pessoal em algumas unidades, enquanto faltam profissionais em outras.
Segundo o gabinete, a concentração de pessoal ocioso é maior em unidades de saúde na região central de Cuiabá, onde as condições de trabalho seriam mais favoráveis e os salários maiores.
O gabinete planeja redistribuir o pessoal, mas após a atualização da lista de pessoas com vínculo trabalhista à Secretaria de Saúde. As mudanças estão programadas para ocorrer até o fim deste mês.