Com a decisão de passar a tratar os pacientes que têm casos leves da covid-19, o governo de Mato Grosso agora espera que os prefeitos montem instalações provisórias, em escolas, ginásios esportivos ou mesmo tendas para receber estas pessoas.
“Se as unidades básicas são suficientes para fazer o atendimento, então, sim, tem que pegar uma escola, um ginásio ou montar uma tenda. Um consultório médico dá para fazer em uma sala, com uma mesinha, um estetoscópio, um aparelho de pressão e temperatura. Pode ser em qualquer instalação”.
A afirmação é do secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo, que na manhã desta quarta-feira (24), anunciou também que o governo vai comprar os medicamentos para um kit-covid.
Na entrevista coletiva online, o secretário afirmou que a alternativa, apesar não ser a ideal, pode ser utilizada para evitar a lotação dos hospitais portas abertas (UPA e policlínica) e, ao mesmo tempo, atender a demanda de pacientes nos primeiros dias do contágio.
Falha nos municípios
Gilberto também voltou a criticar duramente o comportamento das prefeituras, por falta de preparação no tratamento de pacientes na rede primária. Essa falha é apontada por ele como o principal motivo para a lotação acelerada dos leitos em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI).
“Os hospitais de referência não são o primeiro posto de atendimento para a covid. Esse tratamento tem que começar na rede atenção primária, que precisa reforçar seu atendimento. Está acontecendo de os pacientes chegarem muito grave no posto de saúde e demandar diretamente a UTI”.
O secretário criticou ainda a espera por testagem em massa, como o único método para confirmar o diagnóstico. Segundo ele, o histórico da doença já daria condições para identificar pacientes, a partir somente da observação médica.
“Os profissionais estão esperando os testes para dizer que se a pessoa está ou não com a covid. É preciso usar o olhar clínico para saber quais são sintomas, dá para fazer isso. A partir, do raio-x do pulmão é possível avaliar as condições e saber se o paciente está ou não com o quadro doença”, afirmou.