Relatos de irregularidades durante as provas do concurso para preencher vagas da Segurança Pública em Mato Grosso podem resultar na anulação do processo seletivo. Esse, pelo menos, é o pedido da deputada estadual Janaina Riva (MDB) em um documento protocolado na manhã desta terça-feira (22) junto à Casa Civil.
As provas foram aplicadas no domingo (20) para cargos das Polícias Civil e Militar, Bombeiros e Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec).
Conforme as denúncias recebidas pela parlamentar, há candidatos que pagaram as inscrições, mas foram excluídos da lista de divulgação do local de prova; não havia coletor de digitais para identificação dos candidatos; pessoas com equipamentos eletrônicos teriam sido flagradas nas salas e banheiros; houve vazamento de fotos da prova e dos candidatos em sala e, também, número insuficiente de fiscais.
Em outros relatos, candidatos contaram que, no domingo pela manhã, a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) publicou em seu site uma ratificação do endereço de um local de prova. A informação teria sido divulgada às 10h58, sendo que a prova estava prevista para iniciar às 15h. Segundo o comunicado, fiscais estariam no local para orientar os candidatos ao endereço correto.
O Ministério Público de Mato Grosso confirmou que a Ouvidoria do órgão recebeu mais de 30 denúncias, que serão encaminhadas para análise do Núcleo de Promotorias da Cidadania.
Pedido de anulação
No documento encaminhado à Casa Civil, Janaina Riva destaca que os apontamentos não podem ficar sem a devida apuração e punição diante da seriedade que pesa sobre o contratante da realização do concurso.
A parlamentar sugere ainda que, caso sejam comprovadas as denúncias, o concurso seja anulado e uma nova data marcada para correção das falhas, sob pena de descredito ou, até mesmo, questionamentos jurídicos.
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O que dizem a Sesp e a UFMT?
A Secretaria de Estado da Casa Civil informou que o posicionamento deve ser feito pela Segurança Pública (Sesp), a Pasta responsável pelo certame.
A Sesp afirmou que não recebeu qualquer denúncia formalizada quanto a fraudes no concurso. Contudo, frisou que os registros no dia da prova foram investigados pelo Núcleo de Inteligência da PJC e resultaram nas prisões em Cáceres.
A Pasta argumentou que, embora seja a responsável pela realização do certame, contratou a UFMT para a execução da seleção, incluindo a realização da prova. Portanto, os questionamentos devem ser feitos à instituição.
Procurada pelo LIVRE, a UFMT ainda não se posicionou. O espaço segue aberto para os esclarecimentos.
(Com Assessoria)