Os eleitores de Mato Grosso elegeram sete novos deputados federais e reelegeram apenas um, Carlos Bezerra (MDB). Isso representa 87,5% de renovação. Os outros três que concorriam à reeleição ficaram de fora da nova bancada: Valtenir Pereira (MDB), Victorio Galli (PSL) e Ezequiel Fonseca (PP). Detentor da mais longa carreira política entre os candidatos, Bezerra viu sua votação cair de forma expressiva em quatro anos: foram 95 mil votos em 2014 e 59 mil neste ano.
A renovação da bancada trouxe nomes já conhecidos da política mato-grossense, e alguns novatos. Aos 23 anos, Emanuelzinho (PTB) disputou sua primeira eleição e conquistou o primeiro mandato, mas carrega um sobrenome famoso: é filho do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB). Delatado pelo ex-governador Silval Barbosa, Emanuel foi um dos deputados filmados recebendo dinheiro do também delator Silvio Correa, e foi alvo da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Paletó na Câmara Municipal. Ele nega irregularidades no pagamento.
Outra estreante nas urnas foi Rosa Neide (PT), que já foi secretária de Estado de Educação (Seduc), no governo de Silval Barbosa. A professora se lançou à Câmara como sucessora do deputado federal Ságuas Moraes (PT), de quem também foi substituta na Seduc, quando ele saiu para exercer o mandato.
Com 126.249 votos, Nelson Barbudo (PSL) foi o mais votado nas eleições deste ano, e se elegeu ancorado no apoio ao presidenciável do seu partido, Jair Bolsonaro. Porém, ele ficou atrás do mais votado da eleição passada, Nilson Leitão (PSDB), que teve 127.749 votos em 2014. Da região Sul do Estado, Barbudo já foi vereador por Alto Taquari, apesar de pouco conhecido no cenário político estadual.
Outro eleito, José Medeiros (Pode), também é da região Sul (Rondonópolis) e vai para o segundo mandato. Atualmente no cargo de senador, a intenção dele era disputar a reeleição, porém, acabou sendo preterido nas alianças e saiu candidato à Câmara, sendo o segundo mais votado. Suplente do senador eleito em 2010 Pedro Taques (PSDB), Medeiros exerce o mandato desde 2015, quando herdou a cadeira de Taques, que tomou posse como governador. Ele foi cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) no fim de julho, por fraude na ata da chapa em 2010, e suspendeu a decisão quinze dias depois.
Leonardo Albuquerque (SD) é outro que conquistou o segundo mandato. Ele iniciou a carreira política disputando a Prefeitura de Cáceres e se tornou representante da região Oeste. Atualmente é deputado estadual e líder do governo Pedro Taques (PSDB) na Assembleia Legislativa.
Do Nortão, Neri Geller (PP) conquistou o mandato de deputado federal pela primeira vez nas eleições deste ano. Porém, já foi suplente por dois mandatos. Além disso, Geller já foi ministro da Agricultura e Pecuária e também secretário de Política Agrícola da pasta.
Ex-prefeito de Sinop, Juarez Costa (MDB) era cotado para concorrer a vice-governador na chapa de Wellington Fagundes (PR). Quando o MDB mudou de lado e fechou apoio a Mauro Mendes (DEM), Juarez decidiu se lançar a deputado federal, e conseguiu se eleger.
