Ednilson Aguiar/O Livre
Na manhã desta sexta-feira (23), estudantes da UFMT e integrantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) protestaram, no Campus Cuiabá, contra o aumento da refeição de R$ 1 que pode chegar a R$ 11 nos Restaurantes Universitários (RUs) da instituição. A nova medida prevê gratuidade àqueles que apresentarem renda inferior a 1,5 salário mínimo e deve valer para o retorno das aulas, em março.
Cerca de 30 alunos saíram do RU e circularam blocos de faculdades próximas, aglomerando manifestantes contra a proposta apresentada aos Diretórios no dia 9 de fevereiro. Os manifestantes entraram no gabinete da reitoria, onde discursaram e colaram cartazes, seguindo até a Pró Reitoria de Administração (PROAD), onde a reitora Myrian Serra estava reunida com o Conselho Diretor.
Lá, os estudantes cobraram maior diálogo em relação a nova política de alimentação e reclamaram do prazo e desinformação. Segundo eles, a reitoria “age de forma arbitrária” e “não apresenta dados concretos” no momento em que os estudantes estão entrando de férias. A reitora disse que realizará audiência pública e voltará a dialogar com os estudantes em outro momento, suspendendo a reunião do Conselho que afirmou não estar pautando o RU na ocasião. VEJA VÍDEO:
De acordo com a nova proposta, as refeições que eram subsidiadas com a renda de custeio da universidade, no valor de R$18 milhões, agora serão subsidiadas com R$ 3 milhões que entram no bojo do Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), verba que atende outros programas como auxílio-permanência, auxílio-moradia e auxílio-alimentação.
Este último, no qual os estudantes que atendem aos critérios de vulnerabilidade de um edital da Pró Reitoria de Assistência estudantil recebem um valor mensal, deixará de existir e os auxiliados passarão automaticamente a gratuidade no Restaurante.
“Será o mesmo edital, a gente só vai adequar e incluir o que hoje não existe que é o critério do benefício social, porque isso mostra que a pessoa é vulnerável socioeconomicamente sem fazer nenhum tipo de análise”, afirma o pró-reitor de Administração, Bruno César Souza Moraes.
Segundo ele, o auxílio-alimentação que atende hoje 1.500 alunos, deverá atender 3 mil. Na política atual, são servidas 9.000 refeições nos campi de Cuiabá, Sinop, Rondonópolis e Araguaia a R$1.
Haverá ainda uma outra faixa de alunos que receberão subsídio de 50% do valor da refeição, dentro dos critérios apresentados no edital em uma quantidade definida nos limites com o orçamento. Os que não atenderem nenhum critério pagarão o valor total da refeição. No campus Cuiabá, o almoço e janta custarão R$ 11 e café da manhã R$ 3,35; R$ 9,48 e R$ 2,35 no campus Sinop; e R$ 10,57 e R$ 3,45 no campus Rondonópolis.