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Zaqueu teria assumido grampos “a mando do governador”

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Zaqueu teria assumido grampos “a mando do governador”

Governo de Mato Grosso

Coronel Zaqueu Barbosa

Coronel Zaqueu Barbosa e o promotor Mauro Zaque, então secretário de Segurança Pública de Mato Grosso

Em depoimento ao Ministério Público Estadual (MPE), o promotor Mauro Zaque de Jesus afirma que o coronel Zaqueu Barbosa assumiu a realização dos grampos telefônicos conhecidos como “barriga de aluguel”. O militar teria afirmado, contudo, que “estavam fazendo isso a mando do governador, inclusive desde a época das eleições de outubro de 2014”.

O depoimento de Mauro Zaque consta no pedido de arquivamento feito pelo MPE de uma representação do governador Pedro Taques (PSDB) contra o promotor. O documento é assinado pelo procurador-geral em substituição, Hélio Fredolino Faust, e pelo coordenador do Núcleo de Ações de Competências Originárias (NACO-Criminal), promotor Antonio Sergio Cordeiro Piedade.

-Taques diz que Zaque prevaricou ao esperar 15 meses para denunciar

-Zaque e Galindo teriam apresentado o esquema de grampos em Power Point ao governador

“Voltando à reunião com Zaqueu e [coronel Airton] Siqueira, o declarante falou aos mesmos que no mesmo momento estava exonerando o então secretário Paulo Taques, e falou para os mesmos que ambos sofreriam a mesma consequência; que o Zaqueu no ato assumiu que realmente ‘fizemos as irregularidades’, inclusive falou que podia marcar a data de troca de comando, mas asseverou, todavia, que estavam fazendo isso a mando do governador, inclusive desde a época das eleições de outubro/2014”, lê-se em trecho do documento.

O coronel Zaqueu ocupava o cargo de comandante-geral da Polícia Militar, enquanto o coronel Siqueira chefiava a Casa Militar.

Em seguida, Taques teria viajado a São Paulo para encontrar o então chefe da Casa Civil, Paulo Taques.

“Todavia, o declarante decepcionou-se com o governador, pois o mesmo retomou de viagem de São Paulo e já não foi mais a mesma conversa, de fato não exonerou o então secretário Paulo Taques, e também disse que ‘iríamos conversar pra ver a exoneração do Zaqueu e do Siqueira mais tarde, com tempo…’”, diz Mauro Zaque em seu depoimento.

O governador nega de maneira veemente ter conhecimento sobre o esquema dos grampos envolvendo membros do alto escalão. Taques diz ter sido informado em conversas informais por Mauro Zaque sobre as escutas telefônicas ilegais e que, a todo momento, pedia que o promotor, então secretário de Segurança Pública, colocasse a denúncia “no papel”. Taques diz ter recebido apenas um primeiro ofício, que foi encaminhado ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e arquivado.

Um segundo documento protocolado pelo ex-secretário e seu adjunto à época, promotor Fábio Galindo, no gabinete do governador foi alvo de fraude, de acordo com um relatório da Controladoria Geral do Estado (CGE). O documento teria ficado por cerca de quatro horas no gabinete antes de ter seu conteúdo substituído por um processo relativo a obras no município de Juara.

No pedido de arquivamento, o MPE pede ainda que uma cópia do processo seja enviada à Procuradoria-Geral da República para apurar possíveis crimes supostamente cometidos pelo governador. O Núcleo de Ações de Competências Originárias Cível (NACO-Cível) do MPE também deverá apurar um possível caso de improbidade administrativa por parte do governador, de servidores e ex-detentores de cargos comissionados no executivo estadual.

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