O ex-governador Pedro Taques (PSDB) não apenas sabia da existência do esquema de escutas ilegais como o financiou e utilizou as informações privilegiadas. Ele teria, por exemplo, agido para barrar a indicação de Janete Riva a uma vaga no Tribunal de Contas do Estado.
A informação seria do coronel da Polícia Militar, Zaqueu Barbosa, em uma tentativa de delação premiada com o Ministério Público do Estado (MPE). O fato foi revelado pelo repórter Ricardo Mello, da TV Centro América, na noite dessa segunda-feira (15).
De acordo com a reportagem, Zaqueu teria afirmado que Pedro Taques contou com a ajuda do primo e ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques, para construir a central clandestina, durante a campanha eleitoral. Após eleito governador, teria mantido o esquema.
Nesta terça e quarta-feira (16 e 17), Zaqueu Barbosa será reinterrogado pela Justiça, a seu pedido, a respeito dos grampos. Ele já tinha passado por interrogatório em julho de 2018, quando negou sua participação no caso e chorou em frente ao juiz.
Ainda sobre as interceptações telefônicas ilegais, Paulo Taques foi denunciado pelo MPE na noite dessa segunda-feira, acusado de ter enganado autoridades policiais para grampear pessoas para seu interesse pessoal.