Sob o risco de perder o apoio do partido que foi um dos maiores incentivadores de sua campanha ao Governo do Estado, o senador Wellington Fagundes (PR) disse que acredita na permanência do MDB no seu arco de alianças. Ele declarou ainda que confia nas pessoas e que o presidente regional do MDB, deputado federal Carlos Bezerra, sempre teve coerência partidária.
“Eu tenho fé”, afirmou, emendando que o MDB foi o partido que gestou sua candidatura. “O Bezerra é um professor na política, ele é um catedrático, eu falo que ele é um caça-talentos. O MDB é um partido forte no Brasil e em Mato Grosso, principalmente pela persistência do Bezerra, um político que ninguém pode criticar no que diz respeito a coerência partidária. Ele é uma pessoa que sempre esteve firme ali”.
As declarações do republicano foram dadas na noite da última quinta-feira (12), em evento de lançamento Maria Lúcia Cavalli (PCdoB) como pré-candidata ao Senado pelo seu grupo, que, inclusive, não contou nenhum representante do MDB.
Proporcionais
Wellington se refere diretamente a Bezerra, pois o presidente do partido é o principal interessado em levar o MDB para a aliança do pré-candidato a governador Mauro Mendes (DEM). Isso porque, ele estaria negociando estrutura para sua campanha nas eleições deste ano e para os demais candidatos a deputado de seu partido.
Na oportunidade, o republicano reconheceu que as proporcionais tem sido um grande problema para as coligações. “Para fazer uma coligação você tem que dar condições para acomodar estaduais e federais. Isso pode ser solução para um lado, mas dificultar certas possibilidades”.
Ele ressaltou ainda que, em seu grupo, pensou-se num “blocão”, por meio do qual seria possível eleger um número maior de federais. “A chapa de deputado federal dificilmente pode ter poucos nomes, pois tem o quociente eleitoral, é uma matemática complicada e isso tudo tem influência. As vezes um partido isolado pode não eleger nenhum. A chapa de federal tem que ser muito bem estudada”.
Além de estrutura de campanha, a ideia do MDB ao compor com Mendes é fazer Wellington desistir da candidatura e se juntar ao grupo, em uma grande coligação de oposição ao governo Pedro Taques (PSDB). O plano é derrotar Taques ainda no primeiro turno das eleições.
Encontro com Emanuel
Uma noite antes do evento, na quarta-feira (11), Wellington se reuniu com o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), que se inseriu nas articulações numa tentativa de manter o partido com o republicano. Participaram ainda da reunião, o presidente regional do PP, deputado federal Ezequiel Fonseca, e o presidente do PTB, ex-prefeito de Cuiabá, Chico Galindo.
“O Emanuel participou na condição de prefeito. Estamos procurando conciliar para que a gente consiga abarcar a todos. Tenho amizade com todos, também tenho ajudado administração de Emanuel”, amenizou o pré-candidato.