Pré-candidato lançado para preencher a lacuna da oposição, o senador Wellington Fagundes (PR) acabou formando a maior coligação desta eleição, intitulada de “A força da união”, e contará com o maior tempo de TV na corrida rumo ao Governo do Estado. Último a oficializar seu nome na disputa, o republicano discursou por mais de uma hora no Hotel Delmond, no último domingo (05), dando ênfase à família e à união, tecendo críticas às campanhas focadas em ataques pessoais e destacando sua trajetória política.
Ressaltando que o seu discurso é o da legítima oposição ao governador Pedro Taques (PSDB), candidato à reeleição, Wellington deu início à sua fala para o público relativamente pequeno que acompanhava a convenção. A declaração é uma referência ao também candidato de oposição Mauro Mendes (DEM), cujo grupo é formado especialmente por dissidentes do governo.
“Na campanha passada eu já não estava no palanque, pois não acreditava que era possível alguém governar com absolutismo e sectarismo. Muitos dizem que não sei fazer oposição, mas é que minha oposição é construtiva. Não é de querer o quanto pior, melhor, não é xingar. É pontuar, mostrar os erros. Não ir no [lado] pessoal, como está sendo feita a campanha dos adversários, um falando mal do outro, xingando o outro. As pessoas estão enojadas do xingamento e político tem que ter sensibilidade de ouvir as pessoas”, declarou.
Wellington assegurou ainda que, se eleito, chamará os vencidos para ajudá-lo a governar. “Não vou olhar para trás. Governar é a arte de saber perdoar. Quem ganha tem que ter mais humildade do que quem perde. Passadas as eleições, não vou fazer igual o Taques; eu vou pedir para que passe para mim a experiencia que ele adquiriu, porque precisamos fazer o melhor pelo Estado”.
O candidato também contrapôs a convenção do seu partido, realizada num local pequeno, com os atos grandiosos dos dois principais adversários. “Nossa convenção é modesta, pois estamos sendo obedientes à legislação. Não me submeti a nenhum acordo, quero fazer a campanha da democracia, da valorização do eleitor, do imposto que está bancando essa campanha, então tem que valer a pena o esforço de cada cidadão”.
O republicano falou ainda sobre o período de pré-campanha, em que as especulações de que desistiria de ser candidato estavam presentes o tempo todo. “Diziam: ‘o Wellington não tem coragem, vai desistir. Vamos tomar um partido dele, que ele desiste, vamos tomar outro partido, que ele desiste’. Hoje temos a aliança mais forte que foi construída nessa campanha. A aliança mais democrática, que na diferença vai saber construir. É com essa aliança que não vamos deixar quebrar o Estado”.
Durante seu discurso, por diversas vezes o candidato se emocionou ao falar da família, que estava ao seu lado no palanque. Lembrou da primeira filha, que perdeu, e ponderou que só valeu a pena os momentos em que não pôde estar ao lado da esposa e dos dois filhos, pois estava seguindo seu destino. “Um político tem que ter equilíbrio e quem dá o equilíbrio é a família”.
A esposa do senador, Mariene Fagundes, que é presidente do segmento mulher do partido, também discursou. Ela ressaltou a força feminina presente na coligação, que tem Sirlei Theis (PV) como candidata a vice-governadora, Maria Lúcia, como candidata a uma das duas vagas ao Senado, e Alessandra Abreu Nicoli (PRB) como segunda suplente na chapa encabeçada por Adilton Sachetti (PRB) na disputa pelo cargo de senador pelo mesmo grupo.
A coligação “A força da união” conta com dez partidos, sendo eles PR, PV, PP, PTB, PT, PC do B, PRB, PMN, PROS e Podemos.