Passei os últimos 90 dias bastante afastado da realidade e dos fatos em andamento em Mato Grosso e no Brasil. Para mim, em princípio, imperdoável. Mas, definitivamente, a cabeça não conseguia focar em qualquer outra coisa que não fosse a situação pessoal pela qual eu passava.

Como escrevi em meu último artigo, Fotografias, eu estava vivendo algo que todos deveríamos estar atentos: a vida que tanto amamos, por mais que alguns dela reclamem, é curta demais e a perspectiva possível de perdê-la nos coloca frente a frente com o inimaginável: estar prontos para partir.

Ao fazer um checkup de rotina, descobri que minha saúde não era aquela Brastemp que eu supunha e, por conta disso, fui submetido a 4 cirurgias que, embora eletivas, exigiam urgência nos procedimentos pela gravidade que duas delas exigiam.

Em Sinop, operei a próstata – o que já era esperado – e retirei 4 pólipos do intestino, além de retirar dois tumores malignos, conforme biópsia feita, grudados na parede da bexiga.

O procedimento mais complicado, entretanto, estava por vir: recuperar a vascularização do coração que estava com entupimentos graves e cuja melhor perspectiva era a de cirurgia em peito aberto para colocar, pelo menos, 4 pontes de safena e/ou mamária.

Por sorte, competência do médico que realizou o procedimento – angioplastia – e, principalmente, por Deus dar-me mais uma chance, um, apenas um stent foi colocado no tronco da coronária esquerda que estava com mais de 80% de obstrução e cá estou aqui, pronto para retomar minhas opiniões nos artigos no espaço que o LIVRE generosamente me concede.

Passei a semana que passou tentando entender as movimentações políticas em andamento: de Brasília, a notícia alvissareira de que nesta semana poderemos ter a Reforma da Previdência aprovada na Câmara, apesar dos percalços e dificuldades para se chegar a esse ponto que muitos duvidavam.

A Reforma, quando aprovada, será a maior vitória do governo Bolsonaro, apesar de tantos estarem trabalhando contra ela. Não há futuro para o Brasil se o Congresso não assumir a responsabilidade da transformação deixando de lado os privilégios distribuídos às corporações que não larga o osso e nem quer abrir mão do inexplicável.

Não quero deixar de registrar, também, a vitória extraordinária do acordo de Livre Comércio Mercosul / Comunidade Européia que nos colocará em um outro patamar. Sem dúvida é um trabalho que vem sendo construído há anos, mas foi Bolsonaro o bafejado pela conclusão do acordo. Aliás, é impressionante a quantidade de viúvas da esquerda que não se conformam com as conquistas que estamos vivendo. É mais fácil tentar destruí-las com questiúnculas como o modo de fazer política, a relação dele com os filhos ou se as ONGs deverão continuar a gerir o dinheiro do Fundo da Amazônia.

Pelos lados de cá, nesta terra maravilhosa de Rondon, vou tentando entender a taxação da energia solar pelo governador Mauro Mendes, que, pelo jeito, quer tornar-se o primeiro governador do planeta a instituir tal imposto junto com os demais que ele já encaminhou à velha e conhecida Assembléia Legislativa.

Enfim, de volta a casa e retomando a vida. Assuntos não faltarão para ilustrar minha simples maneira de pensar. O melhor de tudo foi na chegada. Já há um mês inteirinho fora, a aproximação do avião, quando ladeou o Morro de Santo Antonio, que costumo chamar de meu, um ar novo invadiu a cabine do avião, devolveu-me a alegria e encheu o velho coração, agora devidamente recauchutado, de esperanças. Era ali, um novo começo.

A ventrecha de pacu, a mojica de pintado, a farofa de banana, com seus temperos maravilhosos e sabor inigualável estavam de volta na minha vida

Como é bom voltar pra casa!!!!

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* RICARTE DE FREITAS é advogado, analista político e ex-parlamentar estadual e federal

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