Há quem diga que se relacionar é como estacionar um carro em uma vaga bem delineada. Com precisão, é preciso manobrar o automóvel e ter consciência de onde está a cada instante – ou seja, olhar para frente e para trás pelo retrovisor, quase simultaneamente, sem esquecer os pontos cegos.

No entanto, às vezes, você é o condutor. Em outras, o flanelinha – responsável por orientar o motorista ao observar [o outro] pelo lado de fora. Até porque, do lado de dentro do carro [de si], o condutor nunca sabe ao certo quando avança muito ou recua demais. Logo, para evitar colisões, ele precisa contar com a colaboração externa.

Viver a dois é compartilhar o volante. É se dedicar a esse revezamento numa baliza que nunca encerra em definitivo. Por vezes, parece que ocorreu com precisão. Por vezes, é preciso recomeçar.

Aí, surge a questão: como faz para ser, ao mesmo tempo, um condutor de veículo mais atento e um flanelinha de fato prestativo quando voltar para a autoescola [ou seguir para a terapia] está fora de questão para o casal numa determinada época?

Diante desse cenário, surge uma nova figura: o coach – que, como a própria tradução sugere, apresenta-se como um treinador [um instrutor]. Ele chega para somar como um profissional capaz de auxiliar cada um para que faça uma autoanálise em prol de buscar as próprias respostas e estratégias para se chegar a bons resultados. Te ajudar a realmente se olhar no espelho.

Isso uma vez que a percepção é sempre um belo começo – seja de si, do outro, do ideal do amor romântico ou dos relacionamentos conjugais como realmente são.

Cientificamente, é fato que uma pessoa desfruta, em média, de quase 86 bilhões de neurônios, capazes de realizar um número incontável de sinapses – uma extraordinária engenharia que resulta na química do amor e da paixão.

Mas, se tudo tem como princípio a cabeça, o coração se torna o mensageiro e merece cuidados. Afinal, é necessário saber balancear – e separar – a base biológica da qual somos feitos do que é cultural e pode ser desconstruído [ou reconstruído].

Já poetizou Carlos Drummond de Andrade que o amor propõe “abrir todas as portas que fecham o coração. Quebrar barreiras construídas ao longo do tempo”. Mas, acima de tudo, o autor sabiamente alertou para que as pessoas não se esqueçam de que ninguém vem perfeito para nós.

Muito mais do que a identificação de duas almas [de gostos, gestos, peles e sonhos], o amor – assim como todo relacionamento saudável – requer cuidados. E o coach está nessa equação como um facilitador.

Um dos trunfos dos casais contemporâneos é a oportunidade de poder compreender todas as complexidades que os acompanham – e conversar abertamente sobre elas. Agir rumo ao futuro. Ou melhor, dirigir com foco e compromisso nessa estrada da vida a dois.

E você, já fez uma baliza hoje?

Marta Nunes é empresária e coach de mulheres. Acadêmica do curso de Psicologia, formada em Professional and Self Coaching (PSC) e em Business and Executive Coaching (BEC), especialista em Coaching Ericksoniano (CEK) – hipnose Ericksoniana – e certificada em Master Trainner

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