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VLT x BRT: quem vai pagar a conta do plebiscito?

Uma votação como esta custaria cerca de 3 milhões de reais aos cofres públicos

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VLT x BRT: quem vai pagar a conta do plebiscito?
(Foto: Ednilson Aguiar / arquivo / O Livre)

A proposta de se fazer um plebiscito para a população decidir se quer o VLT ou o BRT como modal de transporte na região metropolitana de Cuiabá e Várzea Grande não é nova. Mas, você sabe quanto custará?

Segundo o vereador Dilemário Alencar (Podemos), o valor seria de aproximadamente R$ 3 milhões. Para se chegar a esta estimativa, ele atualizou a tabela do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) que leva em consideração vários itens, entre eles o uso das urnas eletrônicas, a contratação de fiscais e ainda o tempo de televisão para a defesa dos dois pontos conflitantes.

A partir da avaliação, o vereador chegou a um custo por eleitor de R$ 9,20, o que está acima do anunciado pelo próprio TRE como gasto na campanha do ano passado – R$ 5,20 por eleitor.

Processo requer uma estrutura cara e resultado tem apenas poder político. Foto: divulgação

Considerando os dois valores, podemos fazer duas contas usando como base os cerca de 420 mil eleitores em Cuiabá. Conforme as contas de Dilemário, o valor seria de exatos R$ 3.864.000,00. Já se aplicarmos o valor não reajustado e usado pelo TRE em 2020, seria R$ 2.184.000,00.

Em ambos os casos, estaríamos falando de valores na casa dos milhões, que, segundo ele, poderiam ser usados em questões mais urgentes, como a distribuição de cestas básicas e até mesmo compra de vacinas, por conta da pandemia.

Entenda o caso

Desde dezembro do ano passado, quando o governador Mauro Mendes anunciou a troca do VLT pelo BRT, o tema ganhou mais repercussão diante de questões políticas do que técnicas.

Mendes e o prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro já tinham posições divergentes em vários âmbitos e a rivalidade reverberou sobre o caso.

Mauro Mendes e Emanuel Pinheiro divergem em vários temas.(Foto: Luiz Alves/Sicom Cuiabá)

Enquanto Mendes alegava falta de viabilidade econômica em se manter o projeto do VLT, Pinheiro defendia que uma decisão como esta não pode ser monocrática e precisaria ser negociada com a Capital, onde a obra está.

Em fevereiro deste ano, ele chegou a propor um plebiscito para avaliar o que a população pensa sobre o caso, porém a Assembleia Legislativa, que tem legitimidade para propor tal ação, não se convenceu da necessidade.

Agora, o plebiscito se tornou um ponto de discussão na Câmara de Vereadores de Cuiabá. Além de se questionar o valor do processo, os vereadores de oposição, que são 5 dos 25 eleitos, cobram a legitimidade do ato, tendo em vista que não é atribuição da câmara e o resultado não teria nenhum poder decisório na troca de modais, estaria restrita ao cenário político.

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