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Vinhos brasileiros crescem e começam a brilhar no mundo

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Vinhos brasileiros crescem e começam a brilhar no mundo

Divulgação/Pixabay

Uvas

As primeiras videiras foram trazidas ao Brasil por Martim Afonso de Souza. em 1532, ainda na fase do descobrimento. Foi em 1951, no entanto, que as plantações de uva para vinho começaram a ganhar corpo no Brasil, a partir do Rio Grande do Sul. Uma segunda fase desse ciclo ocorreu em 1990, quando essas vinícolas começaram a se mostrar para o mundo junto de uma melhora na qualidade dos seus produtos. Dando sequência à linha histórica, em 2002, já com representantes do sul ao nordeste do país, os vinhos brasileiros ganharam identidade própria e algumas regiões ganharam o selo de Indicação de Procedência, caso dos vinhos do Vale dos Vinhedos, no Rio Grande do Sul.

A categoria de espumantes é a que mais cresce há anos, acima dos demais vinhos nacionais. Aliás, não é todo espumante que recebe elogios sobre qualidade e potencial dos enólogos de Champagne – região na França onde é produzido o melhor espumante do mundo, cujo nome remete à sua origem: Champagne. Mas o nosso recebe!

As principais a contribuições vieram do clima e do terroir (o local onde a uva é plantada). Garantida a qualidade, eles conseguiram um outro diferencial na comparação com os concorrentes internacionais: preços bem acessíveis. 

Razões

Dizem os especialistas que cada país tem o seu diferencial competitivo. O Chile tem altitude, a França o melhor dos solos, a Espanha o sol. E o Brasil? A marca dos vinhos brasileiros é o frescor e a acidez. Isso que garante aos nossos espumantes uma combinação perfeita, já que são exatamente essas as características que se busca em um bom espumante.

Com o clima temperado, a brisa que vem do litoral e o frio que chega (do nada) à noite, as uvas por aqui amadurecem com leveza. Seja nos brancos ou nos tintos, em vez de frutas maduras, temos vinhos refrescantes, de frutas jovens.

E isso é muito bom! A acidez é uma das coisas mais importantes na hora de harmonizar. Sabe quando se diz que um vinho é gastronômico? Quer dizer que ele tem acidez, pois ela é (no mínimo) necessária para combinar com a gordura das carnes, com o leve azedinho dos molhos e os melhores dos acompanhamentos.

E não falo só em relação a harmonizações. Falo também que combina muito com o Brasil, inclusive com Mato Grosso. Pense no calor dos verões (e dos invernos também, por que não?!), pense nas piscinas, na beira do lago. Num futuro breve, aquela latinha de cerveja que sempre aparece nesses cenários poderá tranquilamente ser substituída por um espumante bem gelado para refrescar. Estamos presenciando uma mudança cultural. 

Uvas 

Ao contrário do que se convencionou dizer no passado, o Brasil tem, sim, terroir para produzir bons vinhos. E são, inclusive, bem diversificados, gerando vinhos de vários estilos, não apenas os já consagrados espumantes.

Vinho branco, rosé, tinto e até ice wine. Temos os mais simples para o dia a dia, os mais requintados, semelhanças com os vinhos do Novo Mundo (Chile, Argentina, etc), mas também os que se parecem com as tradições do Velho Mundo. Temos vinhos premiados, leves e frescos,  encorpados, de altitude, “natureba”, de grandes vinícolas e de pequenas. Tenho certeza que em breve teremos vinhedos plantados em Mato Grosso também!

Diante de uma variedade como esta, certamente você encontrará um vinho para o seu estilo. Isso sem falar que, atualmente, existem mais de mil vinícolas no Brasil. Alguma delas, aposto, fazem um vinho que agrada o seu paladar.

A maioria delas está no sul, mais especificamente no Rio Grande do Sul. Apesar disso, temos cultivo de variedades de uvas e produção de vinhos de qualidade em muitas regiões do país. Algumas se destacam mais e outras ainda estão em experimento.

Outro estado produtor no sudeste é Minas Gerais, que começou com uma pequena vinícola em Três Corações. Se Goiás chama a atenção pelo potencial de seus terras com uma pequena vinícola em meio ao centro-oeste, Pernambuco e Bahia, às margens do São Francisco, parecem ser os contrarregras (representam um desafio por si só pelo fato de ser uma das poucas regiões a produzir muito fora dos paralelos 30-50, os mais indicados para a videira, isso sem falar nos avanços tecnológicos que representou ao setor).

Orgulhoso de seu futebol – Brasil é o país que mais exporta craques no mundo – e pelo carnaval – maior festa popular do planeta – o brasileiro poderá em breve apresentar o mesmo sentimento em relação aos vinhos.

Conheça, deguste e valorize a nossa cultura e nossos produtores!

Um brinde com um bom espumante brasileiro!! Saúde.

O Livre

Mini biografia Ana Cristina Sucolotti

 

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