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“Vida de uber”: homem pede a motorista de aplicativo para transportar dois cabritos

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“Vida de uber”: homem pede a motorista de aplicativo para transportar dois cabritos

Vida de motorista de aplicativo – além de não ser fácil – também é cheia de surpresas. Circula pelos grupos de WhatsApp de motoristas do 99Pop e Uber da Baixada Cuiabana o print de uma curiosa conversa entre motorista e passageiro. O conteúdo viralizou nesse sábado, a ponto de já nem se saber a identidade de ambos.

Segundo motoristas, a conversa teria acontecido via aplicativo 99Pop, pois a logomarca do Uber, está em modo stand by.

Na conversa realizada via chat, o passageiro diz que está com dois cabritos para levar no carro e pergunta ao motorista se há problema. E ele responde: “pow mano, complicado. Tá o quê? Vivo?”

Um dos motoristas que compartilhou o print, Rodrigo Lima, diz que há muitos pedidos inusitados. “Algumas pessoas acham que não custa nada a gente fazer um frete também”, diz, achando graça.

Além de cantadas – de homens e mulheres -, ele conta que há pedidos para transportar móveis, eletrodomésticos e tudo o mais.

“Já me pediram até para levar madeira velha. Tudo isso é complicado, mas se for o caso o motorista de aplicativo dá um jeito de se livrar de ‘armadilhas’ e, se resolver atender, faz da melhor forma”.

No caso deste print, pelo recorte não dá para saber qual foi o desfecho.

Pagando bem… (Reprodução blog Jesus Manero)

Viagens podem reservar surpresas

O presidente da Associação de Motoristas de Aplicativo de Mato Grosso, Cleber Cardoso, conta que está há 1 ano e 8 meses trabalhando na área. E sim, já viveu e ouviu muitas histórias engraçadas. Criou até mecanismos de defesa.

“Gente alcoolizada costuma dar trabalho. Se eu for pegar um passageiro que tiver que ser acordado por terceiros, eu já cancelo na hora. É bem possível que ele vá vomitar no carro. Quando resolvi atender a um apelo destes, fiz uma viagem de Cuiabá a Santo Antônio de Leverger que durou muito mais tempo que o esperado”, diverte-se.

Segundo ele, a passageira implorou que ele a levasse. Contrariado, ele disse que só a levaria se ela, caso tivesse vontade de vomitar, pedisse para ele parar. “Resumindo, tive que parar o trajeto todo”.

“Como costumo trabalhar muito à noite, também não pego passageiro com pontuação abaixo de 4.70 no ranking do Uber. É sinal de que já deu trabalho, em média, de oito a dez motoristas. Se for ainda abaixo de 4.50, é possível que eu corra riscos, então, de modo algum farei essa viagem”.

Cleber conta que há uma piada interna entre os motoristas. “Ganhamos pouco, corremos riscos, mas também nos divertimos”.

Ele conta que o grupo de motoristas “Corujas da Madrugada” deu origem à Associação. E que eles se comunicam também via rádio. É uma maneira de zelarem um pela segurança do outro.

“Tem vezes que um passa algum perrengue e a gente combina de se encontrar na mesma hora para acalmar quem está precisando”.

Kleber Campos e Cleber Cardoso: vice e presidente da Associação

Perrengues

Nesse grupo, segundo ele, rola muito desabafo. Um colega, no último show do Wesley Safadão em Cuiabá, levou um rapaz que defecou no carro.

“Em outro caso, a passageira saiu do banco atrás e ficou entre o banco do motorista e passageiro, falando bem perto dele. Ele achou estranho, né? Daí, quando foi ver, ela estava fazendo xixi no carro”.

Brigas de casais

Brigas de casal, segundo ele, são rotineiras. “E tem uns motoristas que acabam sendo envolvidos”.

Um colega dividiu uma cena de novela. “Quando ele chegou a mulher ficava colocando as roupas pra dentro do carro e o namorado, na porta do outro lado, ia tirando para fora. Imagine a cena”.

E então o namorado teria oferecido ao motorista que pagaria o dobro da corrida pra ele ir embora e ela, que o denunciaria ao Uber se ele fosse. “Ficou em um fogo cruzado, mas no fim o namorado desistiu e ela foi embora”.

Em outro caso, de casal que se separou, a mulher pediu para o Uber levar fogão, panelas. “Essa viagem não rolou, né?”.

Cachorros e plantas

Dia desses um colega chegou à UFMT para buscar um passageiro. Mas como não o encontrava, entrou em contato e ele disse: “não sou eu, é minha esposa”. Quando ela viu o carro, aproximou-se com dois cachorros enormes. Que não cabiam no carro de modo algum. “Ela disse a ele: ‘sou eu, moço’. E ele perguntou: ‘vai só você’? Ela disse que, claro, eram os três. E ele disse que só se eles fossem pra fora do carro. É claro que não rolou”, ri.

Conselhos e conversa

“Durante uma viagem e outra, sempre rola um desabafo com o motorista, a gente conversa, troca uma ideia, dá conselhos até. Dia desses, um senhor fez uma viagem e disse ao motorista que só queria mesmo conversar, que se sentia muito sozinho. A gente vive episódios muito comoventes também”

Vida social zero

“É, vida de motorista de aplicativo não é mole, não (risos)”. Ele conta que há uma expectativa de que cerca de 8 mil pessoas estejam trabalhando no segmento em Mato Grosso. “E destes, 4.800 vivem exclusivamente dele. Ainda não sabemos ao certo porquê ainda não ‘abriram a caixa preta’. A gente não tem vida social, a mulher chama para jantar, por exemplo, e a gente diz, opa, não vai dar, temos que correr atrás dela. ‘A corrida dinâmica’. Este é o momento em que temos mais chances, que as pessoas estão circulando mais. Em casa, já nem esperam mais”.

“Não tem hora para sair, nem para chegar. Eu costumo dizer que, se a pessoa tem um emprego fixo, que use como complemento, não saia dele, pois o ganho por corrida é muito pequeno. A Uber por exemplo, está há dois anos sem reajuste”.

Já o 99Pop, segundo ele, precisa melhorar apenas alguns quesitos, mas que têm ganhado mais terreno nos últimos meses.

“O duro é quando o passageiro resolve cancelar e a gente não é avisado. E se alguém sujar o carro, o Pop não assume a limpeza, apenas o Uber”.

Sobre a falta de reajuste do aplicativo Uber, ele adianta que, no dia 8 de maio, motoristas do mundo todo vão fazer uma paralisação, em protesto. E os motoristas da Baixada Cuiabana vão aderir também.

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