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Vida de comerciante é fugir de ladrões, afirma empresário assaltado em R$ 100 mil

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Vida de comerciante é fugir de ladrões, afirma empresário assaltado em R$ 100 mil
(Foto:Ednilson Aguiar / arquivo / O Livre)

Há 27 anos no mercado, as joalherias Mon Bijoux se tornaram uma marca reconhecida no segmento. Porém, além de lembradas pelos clientes, as lojas acabam também sendo alvo de bandidos, como no dia 25 de abril, quando dois homens armados invadiram a loja do Bairro CPA II, renderam cinco funcionárias e um cliente policial Militar e fizeram um “limpa” no local.

O assalto durou apenas 10 minutos, mas o prejuízo foi grande. Além da arma do policial que estava na loja, foram levados 150 relógios e aproximadamente 600 peças entre ouro, prata e semijoias. Somados, os produtos valiam cerca de R$ 100 mil.

“É difícil. O comerciante hoje em dia tem três preocupações: fugir do Governo, trabalhar dentro da lei – que é difícil, mas a gente consegue – e fugir do bandido. Ainda assim, você tem que continuar”, disse o empresário.

Apesar da grande perda financeira, o comerciante disse que está correndo atrás do prejuízo e seguindo adiante. “Você vai ficar chorando? Não adianta. A gente tem que tentar evitar que haja próximos”.

O assalto

Era por volta das 10 horas do dia 25 de abril quando dois homens entraram na loja. Um passou pela atendente e entrou, o outro já rendeu a funcionária, que tinha acabado de abrir a porta e estava ligando a cortina de vento.

A funcionária rendida era a caixa da Mon Bijoux do CPA II, que está grávida. O suspeito colocou um revólver 38 nela e a empurrou para dentro da loja. Enquanto isso, um policial militar que estava no local para realizar uma compra foi rendido pelo segundo suspeito, que o fez deitar no chão e roubou a arma do militar.

Por cerca de 10 minutos, os dois e um terceiro rapaz ficaram no local. A caixa, gestante de cerca de três meses, foi obrigada a segurar uma sacola e colocar os produtos da loja dentro. Os assaltantes ainda levaram os celulares de duas funcionárias. Nenhum dos itens roubados foi recuperado. Ao fim do assalto, uma das funcionárias ficou tão nervosa que desmaiou.

Pelas imagens das câmeras de segurança, a polícia reconheceu dois dos suspeitos. Um deles teria sido preso em março, também por roubo, mas já estava solto. Outro seria da região de Sinop (500 km de Cuiabá). “Acabou de ganhar a liberdade e já fazendo novas vítimas”, lamentou o dono da loja roubada.

Além dos integrantes da quadrilha que estavam dentro do estabelecimento, as imagens ainda flagraram que mais duas pessoas participaram do crime: um homem que dirigiu um Argo branco que levou os suspeitos até a loja e uma mulher que também estava dentro do veículo.

O Argo era roubado e estava com uma placa falsa, foi abandonado rapidamente pela quadrilha e a fuga teve continuidade com um Cobalt.

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Insegurança

Das seis lojas da rede Mon Bijoux, somente duas nunca foram assaltadas, sendo que uma delas já sofreu ao menos pequenos furtos. A unidade do CPA II ainda não havia sido alvo de bandidos.

“Já tivemos outros assaltos na nossa história; os anos de 2012 e 2014 foram bem complicados. Assaltaram a loja do Shopping 3 Américas, a loja do Shopping de Várzea Grande e, no Centro, nossa joalheria também foi assaltada”, contou o empresário.

Segundo ele, infelizmente não é permitido que seja colocado um segurança armado dentro da loja, ficando assim a segurança dependente de câmeras de vigilância e de patrulhas da Polícia Militar, que na hora do assalto podem não estar por perto.

“Passa carro de polícia de tempo em tempo, mas na hora do assalto mesmo o comerciante da frente tentou ligar para a polícia, ele ficou vendo o assalto de camarote, mas a polícia, de tanto medo que eles têm de ser trote, perde muita informação, perde tempo nessa questão de dúvida e acaba atrasando a chegada da viatura no local”, disse o proprietário assaltado.

Ele lamentou a existência dos trotes, que dificultam o trabalho das Forças de Segurança e ainda impedem que ocorrências reais sejam atendidas mais rapidamente. “Eles têm que perguntar um monte de coisa para a pessoa que está fazendo a ligação. E nesse tempo… o assalto é uma coisa rápida. Ficou em torno de 10 minutos”, lembrou.

Recomeçar e lutar

Ainda no dia 25 a loja reabriu, cerca de 30 minutos após o assalto. Naquele dia não houve sequer uma venda, visto que todas as funcionárias estavam nervosas, traumatizadas e assustadas. Mas, segundo o proprietário, passado o susto, é hora de recomeçar, correr para tirar o prejuízo e continuar a lutar pelo que é seu.

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